Mercado do arroz deve alcançar o equilíbrio
Aquisições do governo federal enxugaram a oferta do cereal e estoques de passagem estão baixos.
Após três anos de agruras, o mercado de arroz tende a uma temporada de equilíbrio em 2007 e 2008. Ao contrário dos anos anteriores, o governo fez aquisições no início da colheita no primeiro semestre e enxugou a oferta. Como o estoque de passagem para a safra 2007/2008 deve ser de pouco mais de 418 mil toneladas, inferior a 10% do consumo previsto de 13 milhões/toneladas, há expectativa de elevação moderada dos preços nos próximos meses. Os produtores estão tentando frear as vendas, na expectativa de aumentar cotação de R$ 23 por saca de 50 quilos no fim do ano.
No Rio Grande do Sul, responsável por 56% da produção nacional de arroz, a cotação supera os custos fixos, estimados em R$ 21,50 a saca, mas fica abaixo dos R$ 26 do custo total, que considera arrendamento, capital investido e depreciações. Depois de bom ano de 2003, quando o preço chegou a R$ 42 a saca, o Brasil produziu mais do que consumia nas safras 2003/2004 e 2004/2005, e os preços despencaram.
A produção caiu de 13,3 milhões de toneladas na safra 2004/2005 para 11,3 milhões de toneladas na safra 2006/2007, o que diminuiu estoques. Agora há a perspectiva de trocas de áreas de arroz por soja, milho e cana-de-açúcar nos EUA e no Brasil, por causa da demanda por biocombustíveis, circunstância que anima os plantadores gaúchos a esperar um mercado mais ajustado, observa o coordenador da Área de Arroz Irrigado da Emater/RS, José Enoir Daniel. O presidente da Federarroz, Renato Rocha, acredita que a área plantada no Estado voltará a passar de 1 milhão de hectares depois de ter caído para 954 mil em 2006/2007.