Tocantins tem expectativa de recuperação para a próxima safra

A expectativa do Sindicato dos Beneficiadores de Arroz do Estado é de recuperação das áreas que já foram produtivas.

A próxima safra deve sinalizar positivamente para os orizicultores no estado do Tocantins, sexto maior produtor nacional do cereal. A expectativa do Sindicato dos Beneficiadores de Arroz do Estado é de recuperação das áreas que já foram produtivas, como afirma Vicente de Paula Lopes, assessor do sindicato e membro da Fieto (Federação das Industrias do Estado do Tocantins).

Lopes explica que a produção de arroz no Tocantins mantém certa regularidade por safra, tendo sido beneficiado pela estabilização dos preços do produto em 2006/07. O estado possui um mercado consumidor limitado, que o caracteriza como exportador para estados como Maranhão e Goiás (em casca) e regiões Norte e Nordeste (beneficiado).

Apesar dessa característica “exportadora”, a produção local não atende à capacidade instalada do parque industrial. Para suprir a demanda das indústrias, as empresas importam o grão (em casca e beneficiado), principalmente do Sul do país.

Nos próximos meses, o sindicato deve iniciar um levantamento para estipular o número de empresas beneficiadoras no estado. Segundo Lopes, são 35 empresas de pequeno e médio porte associadas ao sindicato.

– Não existe ainda um número real dessas industrias. Esse levantamento vai indicar a quantidade – completa.

Das empresas filiadas ao sindicato, a maioria está concentrada nas cidades de Gurupi e Paraíso, e algumas em Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia. Essas duas últimas cidades também concentram a maior área de produção de arroz irrigado no estado, favorecidas pelo Rio Formoso. O sistema de terras altas predomina nos municípios de Alvorada e Pedro Afonso.

Segundo Lopes, o aumento da produção local de arroz depende de investimentos na cadeia, uma vez que o produtor enfrenta dificuldades como a falta de tecnologia, de sementes apropriadas ao estado e de manejos da cultura. O cultivar mais plantado do estado é uma variedade que pertence à Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).

– Tocantins não tem variedades de sementes próprias para a região. Junto com isso tem também a questão das pragas, que acarreta perdas na produtividade – reflete.

Se o agricultor enfrenta esse tipo de problema, a indústria também sofre as conseqüências. Segundo o assessor do Sindicato, as indústrias de arroz têm dificuldades de colocar um produto de qualidade no mercado. A saca de 60 kg de arroz em casca com 50% a 52% de grãos inteiros é comercializada no estado em torno de R$ 35 a R$ 37; o fardo de 30 kg do arroz beneficiado tipo 1 varia de R$ 38 a R$ 40.

O estado também carece de centros de pesquisa para a orizicultura. Conforme Lopes, as iniciativas de estudos sobre a orizicultura tocantinense são particulares, vindas de universidades ou da Embrapa Arroz e Feijão (Goiás). O Sindicato quer discutir a criação de um centro de pesquisas de arroz para o estado. Para isso, espera contar com o apoio de secretarias municipais e estaduais, além das universidades e pesquisadores da Embrapa para melhorar a situação da cadeia no estado.

4º Seminário da Cadeia Produtiva de Arroz no Tocantins

A criação de um centro de pesquisa de arroz integra um dos temas que devem ser debatidos no 4º Seminário da Cadeia Produtiva do Arroz no Tocantins, que será lançado no dia 29 de agosto, na Fieto, em Palmas.

O seminário será realizado entre os dias 27 e 28 de setembro na Câmara Municipal de Lagoa da Confusão. Com palestras e debates sobre pragas, inovações tecnológicas, aspectos de qualidade, principais doenças e cenário nacional do arroz, o evento quer incentivar o debate sobre a produção de arroz no estado e unificar produtores e indústrias.

– Queremos tratar as dificuldades e chamar a atenção do produtor para que eles tenham uma visão de mercado; e incentivar políticas públicas para que o arroz volte a crescer – completa Lopes.

Mais informações em www.arroz.agr.br .

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