Cotação do arroz cai, mas liberação do custeio deve reverter tendência
Segundo o assessor de mercado do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Marco Tavares, o volume de recursos para a atual safra deverá ficar em torno de R$ 600 milhões.
A cotação do arroz teve queda nos últimos dez dias. Conforme o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço do produto caiu 3,26% em setembro, fechando a R$ 23,71 a saca de 50 quilos, nesta quinta-feira (20). Mas a tendência deve ser revertida com a prorrogação automática do custeio da safra passada e a agilização da liberação de novos recursos a partir da próxima semana.
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– Os valores são iguais à safra passada, mas com juros de 6,75% ao ano (8,75% no ano passado) na sua integralidade e teto de R$ 450 mil por produtor – explicou.
O Banco do Brasil informou que até o dia 06 tinham sido liberados 1339 contratos, com a disponibilização de R$ 80 milhões aos orizicultores, ou 13% do valor orçado. A prorrogação das parcelas do custeio e a agilização de novos recursos foram buscadas junto ao governo federal pela Federarroz e pelo Irga.
– O acesso ao recurso permite que o produtor reduza a oferta no mercado – disse Tavares, completando que o acesso as verbas garante crédito para o pagamento de insumos nos preparativos do início do plantio.
– A superoferta estava provocando a queda nos preços do cereal – avaliou.
A Federarroz lembra aos produtores que uma das estratégias para a redução de oferta no mercado é a antecipação ou o exercício das opções dos últimos sete leilões, cujos vencimentos ocorrem no final de setembro e outubro. No total, são 500 mil toneladas de arroz que poderão ser exercidas, evitando a oferta no mercado.
Na reunião com o setor arrozeiro nesta semana, em Brasília, o governo federal anunciou a facilitação do financiamento sobre a exigência de semente certificada, principal gargalo na liberação dos custeios.
– Isso ocorreu porque o Estado não tem semente certificada suficiente para a área que deverá ser plantada – frisou o presidente da Federarroz, Renato Rocha, que representou os gaúchos na Capital Federal. Os arrozeiros que plantarem com semente certificada serão beneficiados com 15% no aumento do crédito.
Situação do Mato Grosso pode ajudar arrozeiros gaúchos
A situação crítica na comercialização de arroz no Mato Grosso, por escassez da matéria prima e que determinou forte valorização nos preços, poderá beneficiar os produtores gaúchos. A partir do mês de outubro, deverão ser realizados leilões de escoamento dos estoques públicos do Rio Grande do Sul para o Mato Grosso, onde já há problemas de abastecimento.
– O instrumento a ser utilizado é denominado de VEP (Valor de Escoamento de Produto) onde o governo subsidia o frete para permitir o escoamento de estoques públicos para uma região com comprovada dificuldade de abastecimento de um determinado produto – afirmou o assessor de mercado do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Marco Tavares.
No último leilão, que aconteceu quarta-feira no Mato Grosso, foram negociados 99% da oferta de 13,5 mil toneladas, com arroz de baixa qualidade e com ágios altos, acima de 20%. O preço máximo alcançou R$ 35,40 por saca de 60 quilos, de arroz tipo 1.