IGP-M de setembro é maior desde julho de 2004

O arroz no atacado subiu 8,75% este mês e 3,37% ao consumidor.

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) atingiu 1,29% em setembro e registrou a maior variação mensal desde julho de 2004, quando a alta havia sido de 1,31%. Apesar de os preços de alguns alimentos, como carne e leite, já estarem em desaceleração, a comida no atacado, continuou sendo o vilão da inflação.

Cerca de dois terços da variação do IGP-M deste mês vieram da alta dos preços agrícolas no atacado. Com variação acumulada em 12 meses até setembro 5,67%, a perspectiva é de que o IGP-M feche o ano em 5% e não mais em 4%, diz o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros.

– O pior efeito do choque agrícola já passou – afirma Quadros.

Ele reforça a argumentação com números. O grupo bovinos no atacado, por exemplo, registrou deflação de 0,13%, depois de ter aumentado 6,26% em agosto. O leite in natura no atacado subiu neste mês 6,62% ante uma alta de 10,62% em agosto. Em ambos os casos, o economista argumenta que os repasses do atacado para o varejo já ocorreram e que não há uma defasagem de preços que possa pressionar a inflação no futuro.

Esse raciocínio, no entanto, não é válido para o caso do trigo e do arroz, observa quadro. O trigo no atacado subiu 14,33% este mês, enquanto o pão francês ao consumidor teve deflação de 0,09% O arroz no atacado subiu 8,75% este mês e 3,37% ao consumidor.

– Esses dois produtos têm riscos de repasse de preços para o varejo – pondera o economista.

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