Embrapa investe mais de R$ 2 milhões em pesquisa com alimentos funcionais

De 3 a 7 de dezembro, pesquisadores de 12 unidades da Embrapa e parceiros de universidades e outros centros de pesquisa estarão no Rio de Janeiro para discutir o encaminhamento das ações..

Alimentos funcionais que ajudam a prevenir a obesidade e as doenças crônico-degenerativas são o foco do projeto liderado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) que nos próximos quatro anos terá R$ 2,2 milhões para pequisas com peixes, frutas, grãos e hortaliças brasileiras. De 3 a 7 de dezembro, pesquisadores de 12 unidades da Embrapa e parceiros de universidades e outros centros de pesquisa estarão no Rio de Janeiro para discutir o encaminhamento das ações.

Os pesquisadores querem identificar as substâncias funcionais e avaliar a capacidade antioxidante de produtos do Cerrado e da Amazônia para prevenção de doenças crônico-degenerativas; caracterizar fibras de espécies nativas e comerciais recomendadas para dietas preventivas da obesidade e doenças correlatas; caracterizar ácidos graxos de grãos, sementes e peixes do Cerrado, bem como do leite de cabra, importantes na prevenção de doenças cardio-vasculares e degenerativas do cérebro; avaliar o efeito do processamento e do armazenamento nas propriedades funcionais dos alimentos; subsidiar o melhoramento genético de plantas e
animais para maior oferta de fibras, polifenóis, flavonóides,
antocianinas, vitamina C, ácidos graxos e carotenóides (entre eles, os carotenos com atividade de pró-vitamina A).

Desta forma, alguns alimentos já foram escolhidos para a pesquisa devido a importância na dieta da população e seu potencial de mercado. Como fonte de fibras e antioxidantes serão analisadas frutas como açaí, maracujá e camu-camu; hortaliças como couve-flor, brócolis e cogumelos; cereais como arroz, trigo e cevada; e grãos como feijões. Para ácidos graxos selecionou-se uma microalga marinha do sul do país por apresentar altos níveis de ômega 3; o leite de cabra e 5 peixes do Pantanal, entre eles, pacu, pintado e curimbatá. O frutos do Cerrado (baru, pequi e macaúba) também entrarão nessa parte do projeto.

O consumidor já percebeu a co-relação entre dieta e doenças e tem impulsionado o mercado que em 2008, só nos Estados Unidos, movimentará mais US$ 40 bilhões, segundo dados da Datamonitor. Bebidas e suplementos são os produtos mais procurados na área de funcionais. De acordo com a pesquisadora Damares de Castro Monte, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), trata-se de uma nova área de pesquisa na Embrapa: “com o andamento dos trabalhos queremos estreitar as parcerias com a iniciativa privada para desenvolver alimentos e ingredientes funcionais de interesse para pequenas empresas de base tecnológica e indústrias nas áreas de cosméticos, farmácia e
alimentos”.

A pesquisadora Sonia Couri, da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ), pontua outra característica: “o projeto vai agregar trabalhos até agora isolados, permitindo a padronização de metodologias de análises, troca de informações e consolidação de dados científicos sobre alimentos funcionais. Vamos fundamentar cientificamente muitas coisas que estão no âmbito popular”.

O projeto Alimentos Funcionais é liderado pela Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF) e conta com mais 11 unidades da Embrapa (Agroindústria de Alimentos, Hortaliças, Caprinos, Pantanal, Florestas, Cerrados, Milho e Sorgo, Arroz e Feijão, Amazônia Oriental, Amazônia Ocidental e Agroindústria Tropical), além de 8 Universidades (de São Paulo, de Brasília, Federal do Rio de Janeiro, Estadual do Rio de Janeiro, Federal de Viçosa, Federal da Paraíba, Federal de Pernambuco
e Federal de Santa Catarina), a Faculdade Evangélica do Paraná e o Instituto do Coração de Curitiba.

*EULAFF*

Durante o encontro do projeto Alimentos Funcionais ocorrerá também o workshop “Desenvolvimento de Alimentos Funcionais e de Plantas Medicinais a partir de Cultivos na Amazônia”. Esssa é uma iniciativa do EULAFF (European Latin American Functional Food Network), projeto financiado pela União Européia, cujo objetivo é incentivar a pesquisa colaborativa entre países europeus e latino-americanos para o desenvolvimento de alimentos funcionais a partir da biodiversidade amazônica visando a demanda do mercado europeu. O evento é uma realização da Embrapa, Federação Européia de Biotecnologia e Fundação BIOEUROLATINA.

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