Mercado de arroz tem recuperação e saca vai a R$ 22,81

A cotação do arroz teve ligeira recuperação na semana e fechou a
quinta-feira (13) em R$ 22,81 a saca de 50 quilos, segundo o indicador do Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea).

O valor é o maior dos últimos trinta dias e as perspectivas indicam que ainda há margens para um aumento sem afetar o bolso do consumidor final. Já são três safras com problemas de comercialização do arroz, provocado, principalmente, pelas importações do Mercosul.

Conforme o diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz
(Irga), Rubens Silveira, Uruguai, Argentina e Paraguai teriam pouco arroz. Estes países são os principais exportadores do cereal para o Brasil. Afora isso, as indústrias de São Paulo, Mato Grosso, Piauí e Goiás estariam adquirindo o arroz gaúcho, o que aumenta a demanda.

– O Rio Grande do Sul ainda tem o produto que, na maioria, está nas mãos de arrozeiros capitalizados que estão esperando o melhor momento para vender -, afirma Silveira.

Apesar de esboçar reação em agosto, a cotação do arroz havia caído nos meses de outubro e novembro. A explicação, de acordo com Silveira, seriam os vencimentos de custeio e o pagamento dos Empréstimos do Governo Federal (EGF). Com o término do plantio, os produtores ganharam fôlego, já que o processo requer recursos para ser concluído.

Contribui também a notícia de que não serão realizados leilões de
estoques públicos nos próximos trinta dias.

– O governo tem em torno de 1,3 milhão de toneladas estocadas no Rio Grande do Sul -, diz Silveira.

Para escoar esse arroz, o governo federal acena com a possibilidade de doar o grão para projetos sociais, como o Fome Zero, e também para vítimas de catástrofes em outros países.

– O escoamento pode chegar a 500 mil toneladas, o que
garantiria armazéns para a próxima safra -, explica Silveira.

No mesmo período de 2006, o preço pago aos produtores estava em R$ 23,03 por saca de 50 quilos, mas apresentando forte retração. Em 2005, o valor não chegava a R$ 21. Para o assessor da Federarroz, Marco Tavares, é provável que o mercado volte aos patamares de R$ 24.

– Assim, os preços voltariam ao mesmo valor praticado em setembro -, assegura.

Segundo o produtor Décio Detoni, de Uruguaiana, o mercado tem demanda por arroz.

– Nas duas últimas semanas, observamos uma retomada do
setor, com preços passando de R$ 21,50 para R$ 22,80 na Fronteira Oeste -, frisa.

O produtor João Picolli, de Dom Pedrito, afirma que a média na região da Campanha já passa de R$ 22. De acordo com o indicador do Cepea, o arroz valorizou 3,5% em dezembro. No entanto, o
valor não atinge o custo de produção, estimado em R$ 25,33 no mês de fevereiro deste ano.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter