Estoque alto segura preço do arroz nesta entressafra
Os estoques públicos de arroz estão atualmente em 1,5 milhão de
toneladas. O preço mínimo para a saca de 50 quilos é de R$ 22. No Rio Grande do Sul, a saca é negociada hoje por R$ 22,13.
Porto Alegre – Os preços do arroz estão próximos do limite mínimo e os estoques públicos, que estão no maior patamar dos últimos seis anos, devem garantir o equilíbrio da oferta até março. O fim do primeiro trimestre marca o encerramento da entressafra no Rio Grande do Sul, o maior produtor de arroz do país, com mais de 32% da área plantada.
– O plantio do arroz chegou a atrasar em virtude do excesso de chuvas em outubro, mas depois o ritmo se equilibrou e o trabalho foi concluído dentro do prazo -, diz Elcio Bento, analista da SAFRAS&Mercado.
O mercado interno também tem sido reforçado por um volume de
importações de arroz considerado alto, segundo relatório da Safras & Mercado.
– Embora as compras tenham apresentado uma redução (em novembro), elas permanecem elevadas, evidenciando que a má distribuição da oferta de arroz em casca nos Estados brasileiros tem influenciado num maior interesse de compra do produto importado, já beneficiado, que chega diretamente às redes varejistas dos principais centros consumidores -, diz o relatório.
Em novembro, as importações do cereal somaram 101,7 mil toneladas, volume menor que as 128 mil toneladas do mês anterior e que as 117 mil toneladas de novembro do ano passado. No acumulado do ano, em contrapartida, a importação atingiu 930 mil toneladas, um acréscimo de 21% em comparação com o mesmo período de 2006.
Uruguai e Argentina mantêm-se no posto de principais exportadores de arroz ao Brasil, mas a oferta menor do produto deve diminuir o ritmo dos embarques, segundo o relatório. De janeiro a novembro, 73% do volume total importado foi de arroz beneficiado. No mesmo período, as exportações brasileiras caíram 35%, para 275,5 mil toneladas mil toneladas. Senegal, Suíça e Gâmbia permanecem como os principais destinos.
O cenário de preços estáveis pode ser abalado no longo prazo, avalia Bento.
– O avanço da cotação de soja, milho e trigo pode pressionar o arroz no futuro, mas ainda vai levar um tempo para isso acontecer -, diz o analista.