Manejo correto de herbicidas reduz o impacto ambiental da lavoura de arroz
Manejo correto de herbicidas na lavoura de arroz contribui para o meio ambiente.
As lavouras de arroz se constituem em ambiente favorável ao desenvolvimento de espécies de plantas daninhas, tanto durante o período de cultivo como durante a entressafra. É o que explica o diretor técnico do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Valmir Menezes.
– As plantas daninhas são entre os principais fatores que limitam a produtividade -, afirma.
As invasoras interferem negativamente na qualidade de arroz ofertado ao consumidor, dificultam a colheita e a secagem e oneram os custos de produção.
Menezes ressalta que o controle químico é o método mais utilizado pelos arrozeiros, em função da praticidade, eficiência e rapidez. Porém, segundo o diretor, essa estratégia quando utilizada de forma isolada e inadequada é menos eficiente e pode impactar negativamente no ambiente. Os maiores problemas que diminuem a eficiência dos herbicidas são o atraso na aplicação, a aspersão em solo seco, com umidade baixa, e o atraso na irrigação.
O controle químico é parte do manejo integrado de plantas daninhas na cultura do arroz. Assim como os demais métodos, que isoladamente não proporcionam um manejo satisfatório das invasoras, a eficiência dos herbicidas está relacionada com as boas práticas de manejo.
– Para alcançar a máxima eficiência biológica e econômica e causar o menor impacto ambiental é necessário aliar conhecimentos básicos sobre a ação dos herbicidas e o manejo da cultura – explica.
Conforme Menezes, a melhor eficiência do controle químico ocorre
quando as infestantes apresentam de 3 a 4 folhas.
– Logo apósabsorção dos herbicidas recomenda-se o início da irrigação -, afirma.
Quanto maior for o atraso na inundação das áreas menor será a eficiência dos herbicidas. De um modo geral, a maioria dos arrozeiros se preocupa com o controle de plantas daninhas somente durante o período de cultivo.
– Essa estratégia faz os produtores esquecerem de um conjunto de medidas preventivas que contribuiriam para o manejo adequado de plantas daninhas, tornando-o mais fácil e menos oneroso -argumenta.
As principais medidas preventivas são o uso de sementes livres de sementes de plantas daninhas, limpeza de canais de irrigação e drenagem, de linhas de cercas e de beiras de estradas, limpeza de máquinas e equipamentos agrícolas e cuidados na movimentação e no manejo de animais nas áreas de pasto. Além dessas ações, o manejo de água na lavoura de arroz é fundamental, pois as sementes das invasoras são facilmente transportadas pela água de irrigação e, nas áreas com drenagem deficiente, se estabelecem infestantes de difícil controle.
O êxito do manejo de plantas daninhas necessita combinar a utilização de diferentes métodos de controle e ações preventivas com boas práticas de manejo da cultura, inclusive com as ações que devem ser realizadas na entressafra.
– A integração de métodos diversificados contribui para preservar os agroecosistemas e tornar o manejo integrado mais racional -, finaliza.