Arroz estocado no RS
O agricultor tem pressa de tirar o grão do campo, mas a coisa muda de figura na hora de comercializar.
A colheita do arroz segue acelerada no Rio Grande do Sul. O agricultor tem pressa de tirar o grão do campo, mas a coisa muda de figura na hora de comercializar.
O agricultor Paulo Machado Rodrigues, de Cachoeira do Sul, na região central do Rio Grande do Sul, plantou 230 hectares de arroz. Ele deve colher em torno de 1,6 mil toneladas do grão. Mesmo com o frio no início do ano e as pragas que atacaram a lavoura, ele está otimista.
De acordo com o Instituto Riograndense do Arroz, o tempo seco no Estado está proporcionando uma boa colheita. Até agora os gaúchos já colheram mais de 55% de 1,050 milhão de hectares de arroz plantados.
A Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, estima que o Rio Grande do Sul deve produzir 7,1 milhões de toneladas de arroz. São 11% a mais do que no ano passado. Os produtores estão segurando a venda à espera de melhores preços. De acordo com a Cooperativa Agrícola Cachoeirense, no começo da safra, em março, a saca de 50 quilos era vendida na região por R$ 24,00. Hoje está saindo por R$ 27,00.
O agricultor Enídio Vogel vai segurar as 130 sacas por hectare que está tirando do campo. Ele só vende o necessário para pagar dívidas que ficaram de duas safras passadas.
– Nós tivemos um prejuízo acumulado nas últimas duas safras. Este ano, temos a perspectiva de vender o produto num preço que cubra o custo de produção e com alguma renda – justificou Vogel.
O preço em alta do arroz em plena safra tem explicação no mercado internacional. O grão está com grande procura e maior preço em dólar. Com isso, tradicionais fornecedores do Brasil, como Uruguai e Argentina, preferem vender arroz para outros países. E os preços no Brasil estão subindo.