Arrozeiros gaúchos garantem abastecimento e exportação continuará
Segundo o secretário da Agricultura, João Carlos Machado, não há qualquer risco de desabastecimento do mercado e os produtores gaúchos seguirão investindo em tecnologias que resultem no aumento da produtividade da lavoura.
Os produtores do Rio Grande do Sul garantiram o abastecimento de arroz para os próximos meses e o governo federal não aumentará as taxas para as exportações do setor privado. A venda de estoques públicos para o exterior segue suspensa e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizará leilão de 50 mil toneladas no dia 05 de maio para abastecer as indústrias, principalmente as localizadas no Centro-Oeste do País.
Segundo o secretário da Agricultura, João Carlos Machado, não há qualquer risco de desabastecimento do mercado e os produtores gaúchos seguirão investindo em tecnologias que resultem no aumento da produtividade da lavoura.
– Vamos aproveitar o bom momento do setor para continuar exportando – afirma Machado, ressaltando que o governo estadual deverá iniciar a reforma do silo da Cesa, em Rio Grande, nos próximos meses, para fomentar as exportações.
O presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Maurício Fischer, explica que, pela primeira vez nos últimos anos, o preço da saca superou o custo de produção. Fischer afirma que o arroz foi uma das últimas commodities agrícolas a ter valorização no cenário internacional. Porém, os produtores já se mostram preocupados com a forte alta de insumos que deverá encarecer o custo da próxima safra.
O Brasil está entre os 20 maiores exportadores de arroz do mundo, mas também importa em grande quantidade. O principal destino para o produto são os países da África, que representam 60% do total exportado. No primeiro trimestre, o País exportou 117 mil toneladas, o maior valor registrado na história para esse período. De acordo com Fischer, a procura pelo arroz brasileiro deve-se a alta do grão no mercado internacional, impulsionada pela quebra da safra na Austrália e também no Paquistão.
– A decisão do governo federal foi sensata e as exportações seguirão – diz
Conforme a Conab, o Brasil tem disponível 14,3 milhões de toneladas para este ano, incluindo produção, importação e estoques públicos. Como o consumo previsto pelo governo federal não deverá ultrapassar 13 milhões, ainda existe a possibilidade de exportar 800 mil toneladas. Mas a expectativa do setor arrozeiro é a saída de 500 mil toneladas.
O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do País. Segundo dados do Irga, o Estado terá uma produção de 7,2 milhões de toneladas, o que representa 60% da safra brasileira do cereal. Estima-se que entre 18 e 20% da produção já tenha sido comercializada, garantindo o abastecimento da população.