Custo de produção dispara
Arrozeiro gaúcho gastará R$ 32,06 para produzir saca de 50 quilos.
Enquanto o governo federal se preocupa em reduzir a cotação do arroz, o custo de produção não pára de subir. O último levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), divulgado nesta terça-feira (4), informa uma alta de 22% nos itens necessários para produzir 50 quilos de arroz. O custo chegou a R$ 32,06, enquanto que em novembro de 2007 era de R$ 26,28.
Segundo o presidente do Irga, Maurício Fischer, o levantamento comprova que o aumento na cotação foi absorvido pela forte alta no custo de produção.
– A valorização do arroz não está chegando diretamente ao produtor, como vinha sendo dito, mas sim se deslocando para os fornecedores de insumos – afirma.
O produtor pouco ganha com um custo de produção elevado para a próxima safra.
Entre os itens que tiveram os maiores aumentos estão os fertilizantes (+103%), combustíveis (+12,7%) e a mão-de-obra (+ 12,6%). A terra cultiva é o item com maior representação, em torno de 11,6 % do total. Em seguida, está a secagem, com 11,2%, e adubo de base e cobertura, com 10,1%. Na pesquisa são analisados dados como, por exemplo, preparo do solo, aplainamento, drenagem, semente, transportes internos, secagem, estradas e instalações elétricas.
Em relação ao custo por hectare cultivado o aumento é ainda maior. Em novembro de 2007 o custo total por hectare era de R$ 3,4 mil. Em maio, este valor elevou-se 27,3%, o que equivale a um custo de R$ 4,4 mil. Se comparado com outras lavouras, como milho e soja, o custo por área da cultura do arroz chega a representar 113,7% e 208,7% a mais, respectivamente.
Para Fischer, o governo federal deveria se preocupar em garantir renda ao produtor para manter o abastecimento de arroz à população brasileira. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil e a safra gaúcha representa 60% do total nacional.