Pesquisador da FGV aponta tendência de queda nos preços do arroz e do feijão
A afirmação foi feita ontem (4) pelo pesquisador Mauro Lopes, do Centro de Estudos Agrícolas do Fundação Getulio Vargas (FGV), em entrevista à Rádio Nacional.
A alta dos preços do arroz e do feijão, que chegou a 5,5% nas prateleiras dos supermercados, já se estabilizou e a tendência agora é de queda. A afirmação foi feita hoje (4) pelo pesquisador Mauro Lopes, do Centro de Estudos Agrícolas do Fundação Getulio Vargas (FGV), em entrevista à Rádio Nacional.
Segundo Lopes, a saca de 60 quilos de feijão, que chegou a R$ 230, atualmente custa R$ 190. Já o preço do saco de 50 quilos de arroz com casca, está estável em R$ 33 e o fardo do arroz beneficiado custa R$ 39.
– Um preço muito bom – afirmou o pesquisador.
Ele atribuiu a alta dos dois produto no mercado interno ao aumento da demanda das classes C e D, que tiveram um reajuste no padrão de consumo.
– Caiu a ficha para nós, que acompanhamos o mercado: as classes C e D fizeram um reajuste no padrão de consumo alimentar maior do que esperávamos. A manutenção dos preços altos do arro e do feijão se deve à maior demanda pelos produtos.
Lopes ressaltou que não houve desabastecimento de feijão, o que justificaria a alta no preço. Ao contrário, a produção deste ano deve ser recorde:
– Teremos nesta safra elevação de quase 100 mil toneladas. Produzimos 3,3 milhões nas três safras do ano passado e, este ano, produziremos 3,4 milhões de toneladas. Então, [a alta do preço] não foi por falta do produto, mas pela expansão do consumo turbinado pelo aumento de renda.
O pesquisador lembrou que a primeira safra de feijão deste ano enfrentou problemas climáticos, mas a segunda foi muito boa, superando as expectativas. A terceira, que é irrigada, deve ser recorde.
– O que está acontecendo não é problema com a oferta, nem de arroz e de feijão. Os comerciantes da Bolsinha, em São Paulo, onde é comercializado o atacado, seguraram um pouco o produto na esperança do preço se elevar, mas a perspectiva não se confirmou.
Mauro Lopes destacou, entretanto, que a escalada dos preços do arroz e do feijão não significou, maiores ganhos para os produtores.
– O fato é que os produtores estão recebendo bem mais, mas não aquele total do impulso que foi dado ao preço internacional – disse o pesquisador.
Ele explicou que o reajuste não foi repassado aos produtores por causa da alta do frete e do crescimento das despesas de comercialização.
O pesquisador disse que, no final do ano, é possível haver nova alta dos preços do arroz e do feijão, devido ao aumento do consumo.