Arroz ruma para os R$ 36,00 segundo o Cepea
Nesta quarta-feira o produto alcançou seu preço recorde no ano, de R$ 35,84. Previsão de baixos estoques governamentais no pico da entressafra acelerou a alta.
O mercado brasileiro de arroz recebeu uma injeção de ânimo esta semana e a alta voltou a acelerar. A conjuntura internacional, o baixo volume de importações, a boa movimentação de vendas externas e, principalmente, a expectativa de baixo estoque governamental no pico da entressafra (entre 300 e 500 mil toneladas) e pequena disponibilidade de matéria prima nas indústrias são fatores que compõem o panorama de alta.
Esta semana, mesmo com o leilão de arroz que ofertou mais 60 mil toneladas, os preços evoluiram para a casa dos R$ 35,84, segundo indicador do Cepea/Esalq/USP e BM&F. Este é o valor médio registrado na quarta-feira para a comercialização da saca de 50 quilos de arroz (58×10), colocada na indústria gaúcha (frete incluso). É o preço recorde de 2008. Com este valor, a alta dos preços no primeiro dia de outubro já é de 0,67%. Em setembro, a alta acumulou 6,2%, encerrando o mês com o preço de R$ 35,60.
Os analistas seguem apontando para uma alta, a menos que haja uma grande importação de arroz do Mercosul ou terceiros países. A Conab estuda fazer novo leilão, talvez até aumentando a oferta de produto na próxima semana. Neste caso, a tese dos analistas de baixo estoque se confirmaria e os produtores poderão liberar os estoques ainda mais vagarosamente, objetivando ganhar no pico da entressafra, com preços ainda mais altos.
Ou seja, a Conab, neste momento, está entre a cruz e a espada. Ou libera estoques agora para segurar a alta nos preços e corre o risco disso acontecer pela expectativa de redução dos estoques, o que seria um paliativo, ou mantém os leilões nos volumes atuais ou pouco maiores, enquanto a tendência de alta vai se confirmando.