Importação de arroz deve ser mais limitada
As exportações de arroz do Uruguai para o Brasil sofreram um baque porque com a alta do dólar a saca chegou a cair abaixo dos US$ 16 no Rio Grande do Sul.
A recente valorização do dólar, somada ao aumento dos preços internacionais do arroz nos últimos meses, restringirá ainda mais as importações do produto do Uruguai e da Argentina e deve ajudar a sustentar os preços pagos ao produtor no Brasil até a próxima safra, no início de 2009. Segundo o analista de mercado do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Camilo de Oliveira, a cotação da saca de 50 quilos pode chegar de R$ 38 a R$ 40 já no fim deste ano, ante os cerca de R$ 36 atuais.
Conforme Oliveira, as exportações de arroz do Uruguai para o Brasil sofreram um baque porque com a alta do dólar a saca chegou a cair abaixo dos US$ 16 no Rio Grande do Sul, menos do que os US$ 17,28 estabelecidos em julho como remuneração mínima paga pela indústria exportadora uruguaia aos produtores locais. Com isso, elas preferem vender para destinos como a Europa, que chega a pagar US$ 900 a tonelada do produto beneficiado (US$ 30 a saca de 50 quilos de arroz em casca).
A queda dos embarques para o Brasil já era notada. De março a agosto, o país absorveu 17,7% das exportações uruguaias de 605 mil toneladas. No mesmo período de 2007, a participação foi de 34%, lembra Oliveira. No total, incluindo Argentina e Paraguai, as importações brasileiras caíram de 524 mil para 237 mil toneladas (base casca) de março a agosto em relação a igual período de 2007.
Também ajuda a sustentar os preços, apesar das 680 mil toneladas do produto já leiloadas pela CONAB neste ano, a projeção de que os estoques de passagem em fevereiro de 2009 ficarão em 930 mil toneladas. Segundo Oliveira, isso representa apenas 26,3 dias de consumo no país.