RS ajuda a frear queda da safra
Estiagem pode comprometer a projeção de crescimento de 5,2% para a produção do Rio Grande do Sul .
Com projeção de colheita de 23,6 milhões de toneladas, o Rio Grande do Sul é um dos estados que vem freando a previsão de queda da produção de grãos no país. Contudo, o crescimento estimado de 5,2% nas lavouras gaúchas ainda não reflete o impacto da estiagem das últimas semanas.
O terceiro levantamento para a safra 2008/2009, divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indica que o Brasil irá colher 140,3 milhões de toneladas ante a safra recorde de 143,9 milhões no ciclo 2007/2008. A queda deve-se, especialmente, à menor produtividade.
Segundo Ernesto Irgang, do setor de Logística da Conab, os produtores da região Sul do país foram menos afetados pela escassez de crédito, que determinou um maior racionamento do uso de insumos e fertilizantes nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Ainda assim, o Rio Grande do Sul deve produzir 46 mil toneladas menos de soja e milho que o previsto na pesquisa anterior. E os dados ainda poderão sofrer alterações devido à falta de chuva. O próximo levantamento sai em janeiro de 2009. ‘Ainda há áreas sendo plantadas, tudo pode acontecer’, diz Irgang.
O cenário preocupa o coordenador da Comissão de Grãos da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, Jorge Rodrigues. Face às condições climáticas adversas e aos altos custos, a federação não acredita que a safra de milho chegará a 5 milhões de toneladas, como estima a Conab. No caso da soja, a seca deve atrasar o plantio, alerta o dirigente.
Apesar da retração, a área semeada no país crescerá 97,8 mil hectares, num total de 47,48 milhões de hectares. De acordo com a pesquisa, a produção no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina deve aumentar 2,9% em contraposição à queda de 3,1% no Sudeste e de 7,1% no Centro-Oeste.