Quebras na safra de arroz de SC e escassez de chuvas no RS

Apenas 10% das plantações de arroz catarinenses ficaram de fora da devastação provocada pelas chuvas intensas.

À medida que as áreas devastadas pela chuva em Santa Catarina são alcançadas pelos agrônomos da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri/SC), aumenta o prognóstico de quebra de safra de arroz do Estado. Pelo menos 12% da produção do cereal será perdida, segundo levantamento preliminar da Epagri, que ainda não inclui as lavouras cultivadas nas regiões mais atingidas pelo desastre.

Apenas 10% das plantações de arroz catarinenses ficaram de fora da devastação provocada pelas chuvas intensas. Só quando a água escoar totalmente será possível contabilizar a quantidade de arroz perdida. As microrregiões geográficas mais prejudicadas são Blumenau e Itajaí – com 25% de perda estimada -, seguidas por Joinville, que deve colher 20% menos.

Em algumas propriedades houve perda total da área plantada, que até pode receber uma nova leva de sementes se o produtor arrumar crédito para arcar com mais este prejuízo. Segundo maior produtor de arroz, Santa Catarina colheu este ano cerca de 1 milhão de toneladas do grão.

No Rio Grande do Sul, maior produtor do grão, o atual problema é a falta de chuva. E são as lavouras do extremo sul as maiores vítimas. A plantação adiada pelo excesso de chuvas em setembro, agora sofre com a falta dela. O agricultor da região de Uruguaiana Werner Arns diz que nos últimos dias até choveu, mas a quantidade não foi suficiente para irrigar os 2.700 hectares que ele cultiva. Segundo ele, 20% da área ainda está dependendo da chuva. O produtor que colhe 2.000 quilos por hectare acima da média do Estado (7 mil quilos por hectare) deve assistir a uma redução considerável dessa produtividade mesmo mantendo a dosagem de adubo.

Segundo ele, foi necessário banhar para nascer e não é igual com chuva. Uma parte da lavoura acabou nascendo fora de época. Na fazenda de Arns, o plantio de arroz foi encerrado no dia 18 de novembro. Menos de 3% da área gaúcha cultivada com o grão ainda será semeada.

Segundo o presidente do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Maurício Fischer, o estabelecimento da lavoura passou por problemas que teriam sido contornados. Contudo, o prejuízo já foi amargado pelo produtor. Fisher calcula que cerca de 15 mil hectares devem ser replantados. E aumento de 40 mil hectares na área cultivada não deve surtir efeito na colheita. O aumento de produtividade média também foi por água abaixo.

A meta era produzir uma média entre 7.200 e 7.300 quilos por hectare. Esse ano, a produção não deve chegar a 7,5 milhões de toneladas de arroz, segundo ele. No ano passado foram colhidas cerca de 7,4 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul.

Com isso, a entressafra do arroz vai ficar alongada, o que deve limitar a oferta do grão e sustentar os preços em um patamar acima do mesmo período da safra passada. A safra brasileira de arroz 2008/2009 deverá ser reduzida nos próximos levantamentos da Conab. Além disso, o quadro de suprimento (oferta e demanda) ficará ainda mais apertado e a tendência é de preços sustentados em níveis elevados na safra 2008/2009.

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