Argentina: forte quebra na safra de grãos em 2008/2009

A CRA avalia que o país está no meio de um desastre agropecuário. Buenos Aires, Santa Fe, Entre Ríos, Córdoba, La Pampa, Santiago del Estero, Rio Negro e Chubut são as províncias mais atingidas pela crise. Em Buenos Aires, os produtores perderam 60% da área plantada de trigo. Em todo o país a seca provocou perda de 1,5 milhão de cabeças de gado.

Segundo estimativa da entidade agrícola Confederações Rurais Argentinas (CRA), as quebras totais geradas pela falta de chuvas nos quatro principais produtos agrícolas do país – milho, soja, trigo e girassol – alcançariam 15 milhões de toneladas nesta safra 2008/2009. Outros 14 milhões de toneladas a menos em 2009 seriam decorrentes dos fatores políticos que atingiram a agricultura argentina ao longo do último ano. Quanto a medidas como as restrições para as exportações de produtos agropecuários (como o trigo e carne), a entidade ruralista sustenta que o fator político reduziu os volumes a produzir.

A manipulação política dos mercados aumentou as incertezas, segundo a entidade. A CRA avalia que o país está no meio de um desastre agropecuário. Buenos Aires, Santa Fe, Entre Ríos, Córdoba, La Pampa, Santiago del Estero, Rio Negro e Chubut são as províncias mais atingidas pela crise. Em Buenos Aires, os produtores perderam 60% da área plantada de trigo. Em todo o país a seca provocou perda de 1,5 milhão de cabeças de gado.

Em Buenos Aires, se a falta de chuvas continuar, a Argentina pode ficar diante do insólito cenário de ter que importar carne bovina para abastecer o mercado interno. A CRA sustenta que a seca provocará prejuízos de US$ 4,104 bilhões. Segundo o Serviço Meteorológico Nacional, em 2008 o volume de chuvas foi de 40% a 60% inferior à média nas quatro décadas anteriores. Outras perdas serão decorrentes dos problemas políticos.

O confronto com o governo e os altos impostos sobre a agricultura levou milhares de agricultores ao desestímulo, com a consequente redução da área de plantio. Centenas de grandes produtores optaram por investir em áreas agrícolas no Uruguai, Paraguai e Brasil, onde o setor agrícola não padece das mesmas pressões sofridas pelos agricultores argentinos.

A CRA sustenta que a colheita de trigo deste ano, por causa do fator político, encolherá 4,7 milhões de toneladas. Mas, pelo fator seca, será reduzida em outros 3,0 milhões de toneladas. As perdas provocadas pela queda da produção do trigo seriam de US$ 1,5 bilhão. O milho, por causa dos fatores climáticos, sofrerá uma redução de 3,9 milhões de toneladas.

Os fatores políticos teriam provocado queda de 3,5 milhões de toneladas na colheita. As perdas decorrentes da queda na produção de milho seriam de US$ 1,23 bilhão. A soja foi um dos pivôs da crise entre o governo e os ruralistas. A oleaginosa foi chamada de “matinho” pela presidente Cristina Kirchnner e tornou-se alvo de pesados tributos.

Por causa dos fatores políticos, segundo a CRA, a soja encolheu em 5,3 milhões de toneladas. Devido à seca, a soja perdeu outros 7,5 milhões de toneladas. Desta forma, o setor agrícola perde US$ 4,5 bilhões em 2009. Os outros US$ 500 milhões a serem perdidos neste ano correspondem ao girassol e outros produtos agrícolas. O

peso da agricultura na economia argentina passou de 5,0% do PIB em 1993 para 8,4% em 2007. Nos três primeiros trimestres de 2008 representou 9,8% do PIB argentino. No entanto, a importância da agricultura no total das exportações argentinas alcança de 20% a 25%. Os problemas da agricultura neste ano serão vários. A produção vai cair, os volumes de venda diminuirão por causa da contração do consumo interno e externo e, além disso, os preços internacionais serão muito mais baixos.

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