Tendência de preços mais firmes do arroz no curto prazo

No Rio Grande do Sul, a colheita deve avançar com mais força somente em meados de março.

Os preços do arroz seguem em alta gradual e sustentada neste mês de janeiro. Embora estejamos em período de aproximação do aumento da oferta da nova safra brasileira 2008/2009, quando é comum que os preços percam força, ainda existem algumas semanas para a elevação da disponibilidade de produto em casca se tornar concreta.

Por outro lado, temos dólar bem mais alto do que no mesmo período do ano passado; quebras nas safras de arroz em todo Mercosul; reduzidos estoques privados de passagem de 2008 para 2009; escassez de produto em todo país; e produtores que ainda mantêm estoques são os que estão mais capitalizados e retraídos nas vendas, dentre outros fatores. Também deveremos ter atraso na colheita da safra 2008/2009.

No Rio Grande do Sul, a colheita deve avançar com mais força somente em meados de março. Além disso, as lavouras enfrentam adversidades climáticas desde o inicio do plantio, ora com períodos prolongados de chuva ora de seca, em pontos do Estado. Segundo os dados do 4º levantamento da safra 2008/2009, divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção nacional de arroz deve atingir 12,177 milhões de toneladas, 1,0% acima do produzido na safra 2007/2008. Mas esse número deverá ser revisado para baixo e deve oscilar, pelo menos, entre 11,7 milhões de toneladas e 11,9 milhões de toneladas, tornando ainda mais apertado o quadro de oferta e demanda no ciclo 2008/2009.

No Rio Grande do Sul, a média atual do preço do arroz em casca ao produtor subiu para R$ 32,86 por saco de 50 Kg, registrando mais uma alta de 0,3% em relação à semana anterior. Na semana anterior, o preço médio do arroz em casca era de R$ 32,75 por saco de 50 Kg. No final da segunda quinzena de outubro de 2008 o preço médio do arroz em casca era de R$ 36,39 por saco de 50 Kg, o mais alta do ano-safra 2007/2008. Os preços do arroz em casca acumulam uma alta de 4,0% nos últimos 30 dias.

No Estado, a cotação do arroz em casca, ao produtor, em média, acumula uma alta de 31,1% nos últimos 12 meses e de 53,3% no ano-safra 2007/2008 (03/03/2008 a 26/01/2009). Para o ciclo 2008/2009, a Conab estima a manutenção do nível de consumo per capita do ano comercial atual, de modo que a demanda interna deverá ficar na casa dos 12,9 milhões de toneladas.

Com esses ajustes, para o estoque final, no ano-safra 2007/2008 (em fase final), a Conab estima que fique em 1,082 milhão de toneladas, sendo que os estoques públicos atuais são de 623,8 mil toneladas e para o próximo ano (safra 2008/2009) deverá ser ainda menor, recuando para 959,3 mil toneladas, sendo, destas, 500,0 mil toneladas de estoques do Governo Federal. Com essas projeções revisadas, os estoques finais desta próxima safra 2008/2009 seriam suficientes para apenas 27 dias de consumo.

No entanto, esses números deverão ser revisados a partir do próximo relatório (de fevereiro), reduzindo ainda mais os estoques finais desta próxima safra 2008/2009, insuflando ainda mais os preços do arroz em casca no Mercosul.