Mais arroz no mesmo espaço

Técnicos ressaltam que o preparo antecipado do solo garante maior produtividade do grão.

Com cerca de 90% da área plantada no Rio Grande do Sul colhida, a maioria dos produtores de arroz já pensa no preparo do solo para garantir boa produtividade na próxima safra. A cobertura do local ou apenas a incorporação da palha que sobrou do cultivo ao terreno pode gerar economia de até 50% em determinados implementos na época de plantio e garantir o aumento de 10% a 20% na produtividade da área.

Assim que o arroz é colhido, uma espessa massa de palha sobra em cima da lavoura que, na maioria das vezes, será semeada na segunda metade do ano. Os produtores se dividem quanto a como proceder com o material. O mais recomendado por Sílvio Genro, engenheiro agrônomo pesquisador da área de fertilidade do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), é retirar o excesso de palha (muitos colocam o gado no local para auxiliar no processo). O que sobrar deverá ser incorporado ao solo, com auxílio de uma enxada mecânica, por exemplo. Genro destaca que quem optar por esse sistema, 60 dias antes do plantio (recomendado pelo Irga para setembro e outubro) deve aplicar no local um herbicida de ação total.

A preparação do solo desde já pode gerar economia de 50% no óleo diesel usado em máquinas na época do plantio, diz Gustavo Hernandes, engenheiro agrônomo do Irga em Uruguaiana.

– Quem deixa a palha agora e só vai mexer na época de plantar precisa mexer em dobro no terreno. Sem contar que corre o risco de não conseguir preparar o local a tempo do plantio em período adequado e precisa dispensar mais pessoas para o trabalho de semeadura – explica.

Outra possibilidade, diz Genro, é o plantio de forrageiras na área recém-colhida. Azevém, cornichão e trevo são os mais usados. O plantio dessas plantas, que servem de alimento para o gado no inverno, enriquece nutricionalmente o solo e ajuda, junto a outros fatores, a elevar a produtividade do arroz que será plantado.

– É preciso ter muito domínio da técnica para que dê certo. O gado precisa ser retirado a tempo de preparar o local para o plantio. Muitos produtores preferem alternar as culturas: em um ano plantam forrageiras, no outro, arroz – explica.

É o caso do produtor Carlos Simonetti, que utiliza-se do plantio rotativo em parte de seus 2,5 mil hectares plantados de arroz em Uruguaiana. Ele nota que a área com forrageira apresenta produtividade de 10% a 15% maior.

– Claro que a razão para esse aumento não é isoladamente a forrageira, mas ajuda – ressalta.

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