Novo cenário mundial

 Novo cenário mundial

Produção indiana mexe no mercado do Brasil também .

Desde 2004/05, quando passou a fazer parte de forma mais significativa do mercado internacional de arroz como exportador, e não apenas como grande importador, a relação de preços internos do cereal no Brasil recebe interferências do mercado e da produção mundial. Em 2008, o anúncio de uma crise de alimentos pela FAO fez com que o Brasil ganhasse posições importantes na exportação dessa matéria-prima, principalmente para a África e a Europa. Assim, consolidou a posição de exportador de nível médio. Desta forma, câmbio, preços internacionais e até mesmo a safra mundial são determinantes na formação dos preços no Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul, que representa mais de 90% das exportações do produto.

O apontamento de uma quebra de safra superior a 15% na Índia pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no relatório de oferta e demanda mundial de grãos, em agosto, alterou a projeção da safra mundial de arroz e a composição do quadro de oferta e demanda. “Isso afetará o mercado do Brasil, seja para exportar ou importar, e terá influência na formação de preços internos”, considera Tiago Sarmento Barata, do Irga. A menor oferta indiana de arroz não-basmati abre espaços para o Brasil, Estados Unidos, Uruguai e Argentina no mercado mundial neste segundo semestre, principalmente para a África Sub-sahariana, e isso deverá reduzir a oferta do Mercosul ao mercado brasileiro e manter preços atraentes para as vendas externas brasileiras, gerando maior equilíbrio no mercado interno.

“As projeções do USDA devem dar sustentação aos preços internacionais, embora estejamos na véspera da entrada da safra asiática”, reconhece Tiago Barata. Segundo ele, não é sem razão que as atenções dos principais players do mercado internacional de arroz estejam convergindo para o Brasil. Isso não se deve apenas às dimensões dos negócios nos quais está envolvido, mas ao ritmo de crescimento e, principalmente, ao potencial de aumento da sua participação no mercado internacional. “Isso ficou evidente para quem participou do evento África Rice Outlook 2009, em Durban, na África do Sul”, revela.

ÁFRICA – A grande preocupação dos exportadores do Sudeste asiático é a crescente participação do arroz brasileiro no mercado africano. Entre todos os exportadores, o Brasil é o país que tem o maior potencial de crescimento de produção e exportação. A qualidade do arroz brasileiro garante uma importante vantagem competitiva. A África, mercado de três quartos das exportações brasileiras, tem projeção de forte incremento na demanda. “As exportações serão, definitivamente, uma alternativa cada vez mais firme de escoamento da safra gaúcha e catarinense”, afirma Barata. No novo cenário do comércio mundial o Brasil dá um grande passo para assegurar um lugar de destaque.

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