Inundações no Paquistão deverão causar quebras de 27% na safra de arroz

Segundo os dados governamentais, as inundações decorrentes das fortes chuvas de monção, deverão reduzir em 27% a produção de arroz no país, com quebra estimada em torno de 1,6 milhão de toneladas, para 4,35 milhões de toneladas.

Projeções do Ministério de Alimentação e Agricultura do Paquistão indicam que as inundações devastaram aproximadamente 20% das áreas agrícolas do país, ou 776.996 hectares, gerando prejuízos de US$ 2,8 bilhões.

Segundo os dados governamentais, as inundações decorrentes das fortes chuvas de monção, deverão reduzir em 27% a produção de arroz no país, com quebra estimada em torno de 1,6 milhão de toneladas, para 4,35 milhões de toneladas, comprovando a intensidade e a devastação do desastre climático, onde vastas áreas de lavouras ficaram submersas e destruídas, em plena colheita.

O relatório do USDA de agosto, projetava para o Paquistão, produção de 6,5 milhões de toneladas beneficiado, ou o equivalente a 9,55 milhões de toneladas, base casca, consumo interno de 3 milhões de toneladas e exportações de 3,6 milhões de toneladas. O país é o terceiro maior exportador mundial de arroz, sendo apenas superado pela Tailândia e pelo Vietnã. A Tailândia, maior exportador mundial de arroz, tem exportações projetadas em 2010/2011 em 10 milhões de toneladas beneficiadas enquanto que o Vietnã deve embarcar 5,8 milhões de toneladas beneficiadas no ano-safra 2010/2011, segundo o relatório.

A redução na produção no Paquistão diminuirá o volume exportado em torno de 1,6 milhão de toneladas, afetará a oferta exportadora mundial, principalmente de arroz basmati, e favorecerá a Índia e o parboilizado, a Tailândia e o Brasil, principais concorrentes.

Catástrofes climáticas ocorreram também em outros importantes produtores e players mundiais, como na China, na Tailândia, na Filipinas e na Índia. Essa questão também está repercutindo no cenário mundial do cereal e determinando alterações nos preços internacionais.

No Vietnã, o arroz beneficiado Viet 5% já atingiu US$ 450, 00, tonelada FOB, uma alta expressiva, superior a 30% em relação aos valores praticados na segunda quinzena de julho (US$ 340,00/FOB). Os exportadores de arroz do Vietnã estão enfrentando dificuldades de renegociação dos preços de exportação, devido ao aumento dos preços internos do arroz em meio à crescente demanda recente da vizinha China, que desde abril já importou 600 mil toneladas.

Na Tailândia, o arroz parboilizado, importante concorrente do arroz brasileiro, o Parboiled Rice 100%, subiu para US$ 530,00/FOB, acumulando uma alta superior a 17% nas últimas quatro semanas, enquanto o beneficiado, Thai 100 %B, subiu para US$ 489, 00, contra US$ 445,00 a tonelada na metade de julho, totalizando uma alta de 10% no período.

No Rio Grande do Sul as sondagens para operações com arroz parboilizado aumentaram, reabrindo o cenário para a retomada das exportações, que em 2010 estão pouco competitivas (preços internacionais e câmbio) e concentradas no arroz quebrado.

Em 2009 as exportações brasileiras chegaram a quase 900 mil toneladas, com forte predominância do arroz parboilizado nas vendas externas.

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