Lição de casa
Brasil colhe mais arroz diante do mundo em crise
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Em plena crise mundial de alimentos, o Brasil está concluindo a colheita de arroz 2007/2008 com um aumento produtivo de 5,7%. Ao final da safra estarão colhidos 11,995 milhões de toneladas de arroz, 640 mil toneladas a mais que no ano passado. Apesar da redução de 1,3% na área, que fechou em 2,928 milhões de hectares, as lavouras brasileiras estão produzindo 7,1% mais, em média. Os números são do levan-tamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), publicado em abril.
A produtividade média brasileira subiu para 4.083 quilos de arroz por hectare, ou 270 quilos. Este fenômeno está diretamente associado à ampliação de 11,2% na área no Rio Grande do Sul e o decréscimo de área do Centro-oeste e Sudeste, que cultivam arroz de terras altas, menos produtivo. Essas áreas foram ocupadas com culturas mais atraentes economicamente na época de plantio. A lavoura gaúcha incorporou 107,2 mil hectares que não foram plantados no ano anterior pela escassez de água para irrigação, somando 1,061 milhão/hectare.
Assim, o RS colherá 60% da safra nacional, ou 7,1 milhões de toneladas. O Sul somará 78,4%: 8,38 milhões de toneladas. Santa Catarina é o segundo maior produtor, com 1,1 milhão de toneladas, o Maranhão é o terceiro, com 719,2 mil toneladas, e o Mato Grosso, que já foi o segundo produtor brasileiro, é o quarto, com 657,6 mil toneladas. Tocantins alcança 430 mil toneladas e a quinta posição entre os grandes produtores nacionais.
ESTOQUE – A Conab indica o menor estoque de passagem de arroz da década para final de fevereiro de 2009: 1,2 milhão de toneladas. Será a sobra do suprimento, previsto em 14,7 milhões de toneladas, menos os 13,5 milhões de toneladas do consumo e a exportação. Analistas indicam um estoque ainda mais ajustado. O aumento do preços internacionais pode aumentar a exportação de arroz brasileiro e diminuir a importação do cereal do Mercosul. Não surpreenderá se o estoque nacional baixar para 500 a 600 mil toneladas em 2009. O baixo estoque será um dos fatores de manu-tenção de preços mais remuneradores aos produtores brasileiros, principal-mente no segundo semestre de 2008.