Muito além da expectativa

Abertura da Colheita definiu parâmetros para ações do setor.

A 18ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz estabeleceu um novo patamar no âmbito das discussões que envolvem a importância social e econômica da orizicultura gaúcha para o Brasil. O evento – realizado pela primeira vez na Estação Experimental do Irga, em Cachoeirinha (RS), entre os dias 28 de fevereiro e 2 de março – registrou a presença de mais de sete mil visitantes de dezenas de municípios do Rio Grande do Sul e contabilizou avanços positivos para o setor. 

Resultado da parceria entre a Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e o Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), com o apoio de instituições de pesquisa e empresas privadas, o encontro teve como principal objetivo reunir o setor arrozeiro, apresentar novidades tecnológicas e fomentar a troca de experiências sobre a lavoura de arroz irrigado. Na avaliação do presidente do Irga, Maurício Fischer, a Abertura da Colheita reafirmou seu caráter político-setorial e técnico-científico ao mobilizar os agentes do setor em torno de questões como a sustentação econômica dos produtores e a manutenção da atividade produtiva. 

Fischer também chamou a atenção para a criação do Selo de Responsabilidade Socioambiental, lançado pelo Governo Estadual em parceria com o Irga durante o evento. A iniciativa, conforme o presidente do Irga, tem como objetivo promover o processo de certificação e rastreabilidade do cereal produzido no RS, além de garantir aos produtores o reconhecimento quanto ao uso de práticas ambientais na lavoura de arroz. A estimativa é que a certificação possa abrir novos mercados no exterior.

RELEVÂNCIA – O presidente da Federarroz, Renato Rocha, ressaltou que o evento mais uma vez mostrou a relevância da lavoura arrozeira na matriz produtiva do Rio Grande do Sul. O sucesso, na visão do dirigente, deve-se não apenas à grande visibilidade junto à mídia, mas sobretudo ao seu caráter político, pois concentra todas as discussões do setor e encaminha propostas concretas através de suas entidades representativas. 

Rocha destacou a presença da governadora Yeda Crusius, que anunciou quatro medidas importantes para a orizicultura gaúcha: a liberação de mais de R$ 1 milhão para os laboratórios de biotecnologia e de solos do Irga, a regulamentação da lei que obriga pesagem e exames fitossanitários do arroz que entra do Mercosul no mercado brasileiro, o alocamento de R$ 16,1 milhões no Banrisul para EGFs e a liberação de recursos para reformar a unidade da Cesa no Porto de Rio Grande para que se torne um terminal portuário para a exportação de arroz. 

Fique de olho
Para o diretor-técnico do Irga, Valmir Menezes, a Abertura da Colheita representou uma oportunidade única para a difusão de novas tecnologias voltadas ao aumento da eficiência da lavoura arrozeira. Observou que a participação das empresas na vitrina tecnológica foi recorde nesta edição, reunindo 12 expositores. Segundo ele, o espaço destinado às lavouras demons-trativas recebeu a visita de mais de 3,5 mil arrozeiros de todas as regiões produtoras do RS, do Brasil e do Mercosul. Também destacou a ótima receptividade dos cursos e palestras técnicas para pequenos produtores e funcio-nários de granja, iniciativa que será ampliada em 2009.
A programação desenvolvida pelo Irga em parceria com Federarroz e a infra-estrutura da Estação Experimental – que permitiu aproximar o processo de produção orizícola da região metropolitana – complementaram o sucesso do evento, superando as expectativas da comissão organizadora. Tanto que a 19ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz voltará a acontecer em Cachoeirinha, de 5 a 8 de março de 2009.

A melhor de todas

Um olho na lavoura e outro no mercado. O sucesso do maior encontro do setor orizícola do estado pode ser mensurado por uma conjunção de fatores: um centro que é modelo de pesquisa sobre arroz na América Latina, lavouras modernas e altamente produtivas, expositores, inovações tecnológicas, palestras técnicas, debates sobre mercado e políticas de comercialização, reuniões setoriais com a participação da cadeia produtiva, balcão de negócios, lazer e um público superior a sete mil visitantes. Adicione a esses ingredientes uma safra recorde estimada em 7,2 milhões de toneladas e pronto. Você está pronto para conferir o melhor da 18ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz: 

A infra-estrutura montada na Estação Experimental do Arroz (EEA) em Cachoeirinha possibilitou reunir, em um só lugar, mais de 30 expositores, entre empresas, centros de pesquisa, instituições financeiras, entidades representativas do setor e Governo. O evento teve o patrocínio de John Deere, Banco do Brasil, Farsul, Senar, Casa Rural, Sebrae, Sicredi, Bolsa de Mer-cadorias, Embrapa Clima Temperado, BRDE, Caixa RS e AES Sul. 

O contraste entre o antigo e o moderno ficou evidente na exposição que mostrou a história da lavoura de arroz desde seu surgimento no Brasil, contada através de máquinas e equipamentos agrícolas antigos.