Reforço mineiro
Epamig tem três novas cultivares .
A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) lançou no final de março três cultivares de arroz que já estarão nas lavouras mineiras na próxima safra. Trata-se da BRSMG Caravera, BRSMG Relâmpago e BRSMG Predileta. A apresentação a centenas de produtores e técnicos aconteceu na Fazenda Experimental Nova Baden, em Lambari, sul de Minas.
O professor da Universidade Federal de Lavras, Antônio Alves Soares, apresentou as cultivares Relâmpago e Caravera. A apresentação da cultivar Predileta foi feita pelo pesquisador da Epamig, Plínio César Soares. A extensionista da Emater-MG, Girlene Ferreira Liziero Picoli, destacou a importância do arroz na alimentação humana. Todos visitaram os campos de arroz para acompanhar as novidades de manejo e variedades.
O processo de indicação de cultivares para plantios comerciais é dinâmico, ou seja, periodicamente recomendam-se novas cultivares em substituição àquelas menos produtivas e/ou com menor aceitação comercial. É dentro dessa linha de ação que o consórcio de pesquisa entre Epamig e Embrapa Arroz e Feijão, por meio do Programa de Melhoramento Genético de Arroz, testa a cada ano diversas linhagens e cultivares, em diferentes locais de Minas Gerais.
O objetivo é oferecer as melhores opções aos orizicultores no que diz respeito à escolha de cultivares apropriadas para suas lavouras. Como contribuição recente dessas pesquisas integradas, serão disponibilizadas aos produtores mineiros as três novas variedades.
“Elas são mais resistentes às doenças do que as testemunhas e variedades mais usadas atualmente, têm grãos com melhor qualidade, maior rendimento de grãos inteiros no beneficiamento e melhor comportamento culinário e grãos soltos e macios com alto índice de expansão de volume”, diz o pesquisador Plínio Soares.
Minas é o 10º maior produtor
Em Minas Gerais, o arroz de terras altas é mais produzido no Alto Paranaíba, Triângulo Mineiro e noroeste de Minas. Em várzeas, a cultura se destaca na zona da mata, Vale do Rio Doce (principalmente Aimorés) e também no sul do estado. No ranking nacional, Minas oscila entre o nono e o 10º lugar na produção de arroz, mas chegou a ser o maior produtor do Brasil na década de 60. Segundo o pesquisador Plínio Soares, a produção caiu muito pelo fato de os produtores terem optado pelas culturas do milho, da soja e do algodão, que passaram a ser mais atraentes pela
crescente demanda e preços melhor remuneradores.
Cenário – O cenário mineiro é propício para uma retomada na escala de produção de arroz. Os mineiros consomem bastante arroz. Tanto que o estado precisa importar o cereal do Rio Grande do Sul, do Uruguai e da Argentina. “O produtor que quiser plantar arroz em Minas não terá que se preocupar com o mercado. Nosso consumo é muito maior do que a produção estadual. E devido ao programa de melhoramento do arroz, desenvolvido pela Epamig, a qualidade do nosso produto, principalmente o de terras altas, tem melhorado muito a sua qualidade”, avalia Plínio Soares.
NÚMEROS
Segundo o IBGE, a plantação de arroz de terras altas em Minas Gerais ocupa cerca de 35 mil hectares, enquanto o cereal em terras de inundação contínua alcança 13 mil hectares. Em várzea úmida, a atividade agrícola atinge 34 mil hectares. A área total com arroz em Minas Gerais soma 82 mil hectares.
Na safra de 2006 foram produzidas em terras altas 53 mil toneladas de arroz, 51 mil toneladas em áreas irrigadas por inundação e 72 mil toneladas/ano em várzeas úmidas.
Fique de olho
Nos últimos 32 anos, a Epamig, através do seu programa de melhoramento de arroz, lançou 28 cultivares – de terras altas e irrigadas -, em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão e com a Universidade Federal de Lavras (Ufla). Das variedades, 16 são apropriadas para o cultivo sob irrigação por inundação contínua em várzeas e 13 são adaptadas ao sistema de cultivo em terras altas. A cultivar Curinga tem dupla aptidão: em terras altas e em várzeas úmidas.