Princípio e fim no Mato Grosso
Criado Sindarroz. APA é extinta pelos orizicultores.
Produtores e industriais do Mato Grosso não estão conseguindo falar a mesma língua quando o tema é organização setorial. A indústria do arroz, que mantinha um departamento dentro do Sindicato da Indústria da Alimentação (Siamt), formalizou a criação do Sindicato das Indústrias do Arroz do Mato Grosso (Sindarroz-MT), em Cuiabá. Dias antes, a Associação de Produtores de Arroz do Mato Grosso (APA-MT) era extinta, em Sinop, por falta de produtores interessados em dirigi-la.
O empresário Joel Gonçalves Filho assumiu a presidência da instituição anunciando que a indústria buscará aproximação com os produtores, união da cadeia produtiva e produção de pesquisas e campanhas de marketing pela qualificação do arroz do Mato Grosso. “Precisamos de um tipo de Irga no Mato Grosso, pois paramos na variedade primavera, que é de alta qualidade, mas sua produtividade é decadente”, explicou. Segundo ele, o Mato Grosso tem potencial de sobra para ampliar sua produção, mas o foco neste momento precisa ser a qualidade. “Neste momento é prioritário ter os meios, a tecnologia, o mercado e uma política de preços. O arroz não pode cair R$ 4,00 a R$ 5,00 em duas semanas. Perde toda a cadeia produtiva”, afirma.
Gonçalves Filho garante que o sindicato tem objetivo de fortalecer a cadeia produtiva e que ajudará a reconstruir a APA-MT se houver interesse dos produtores.
VIRADA – Afirma, ainda, que a partir de agora as indústrias matogrossenses estarão presentes nas grandes feiras de supermercados e eventos, divulgando suas marcas e a qualidade de seu produto. “Vamos mudar esta imagem de arroz de sequeiro, pois há 20 anos estamos produzindo arroz de alta qualidade no Mato Grosso”, afirmou. O Sindarroz-MT começou com 32 indústrias e quer associar as 90 do estado. “Tivemos perto de 150 indústrias e produção de 2 milhões de toneladas, hoje temos cerca de 90 indústrias e menos de 1 milhão de toneladas”, afirma.
Questão básica
A Associação dos Produtores de Arroz (APA) do Mato Grosso (MT) não existe mais desde o último dia 29 de janeiro, quando foi dissolvida por falta de produtores interessados em compor sua diretoria. Segundo o último presidente, Ângelo Maronezzi, nenhuma chapa foi formada para suceder o grupo que estava comandando a entidade há três mandatos. O ex-presidente acredita que a extinção da entidade não prejudicará o setor. “Hoje, sindicatos e federações estão melhor amparando os produtores”, analisa. Segundo ele, neste momento a grande carência dos produtores de arroz de Mato Grosso é a oferta de sementes com maior potencial produtivo. A APA foi responsável por eventos importantes do setor arrozeiro no estado do Mato Grosso. Entre eles a Festa do Arroz, em Sinop, que teve nove edições. Outro evento foi o Seminário do Arroz, que no ano passado completou 12 edições.