Cadê o mercado?

 Cadê o mercado?

Pötter: mais um documento entregue ao presidente Lula pedindo medidas

Recuperação de preços não vem agora.

Nem o analista de mercados mais otimista arrisca dizer quando e como os preços pagos ao produtor no Brasil poderão apresentar alguma recuperação. E depois da próxima colheita as perspectivas são ainda mais complicadas. O Brasil entrará 2006 com um excedente de produção superior à produção do Mercosul. Volume que, somado aos excedentes desses países, será superior a quatro milhões de toneladas a pressionar o mercado. 

Para o consultor da Safras & Mercado, Aldo Lobo, apesar dos leilões de contratos de opções públicas e privadas, que não chegaram a refletir positivamente no mercado, preocupa muito o fato dos produtores terem represado as ofertas até agora, o que refletirá neste segundo semestre de 2005 e em 2006. 

O Rio Grande do Sul ainda tem 65% da safra estocados, enquanto que no Mato Grosso restam 45%. “Além disso, quase todos os estados possuem arroz para consumo próprio, não há mais tanta dependência do RS e MT”, revela. E boa parte desse arroz é de baixa qualidade, o que pressiona mais os preços. “Como agravante, temos a expectativa de safra recorde no mundo: 625 milhões de toneladas base casca. 

ÁREA – Para Lobo, a única chance de preços bons no Brasil em 2006 seria uma forte redução de área plantada para a próxima safra. “Se o Brasil produzir de 10 a 11 milhões de toneladas, pode ser que os preços melhorem”, arrisca. Porém, as tendências não apontam para um cenário positivo. O presidente do Irga, Pery Sperotto Coelho, acredita que o mercado só se recupera a médio prazo, se houver mecanismos para exportar bastante.

Questão básica
O presidente da Federarroz, Valter José Pötter, diz que a perspectiva do mercado não é das melhores. Para 2006, crê que só um sério problema climático afetará a produção do Mercosul. Ele não está convencido de uma redução significativa na colheita do Sul e aposta em redução mínima no Centro-oeste. Pötter acredita que o Governo brasileiro pode minimizar os efeitos da crise e alerta os produtores para reduzirem os custos de produção. 

Pauta de reivindicações

1. Agilidade e acesso a um maior número de produtores nos mecanismos de enxugamento de mercado (1,5 milhão de toneladas) 

2. Prorrogação de duas parcelas do custeio (uma já vencida) para 2006 

3. Desburocratização e isenção de impostos para exportar arroz 

4. Restrição aos excedentes do Mercosul ou medidas compensatórias e redução das assimetrias 

5. Inclusão dos custos de manutenção e depreciação de máquinas, equipamentos, entre outros, na formação do preço mínimo 

6. TEC de 35% para terceiros países 

7. Liberdade para importação de insumos mais baratos 

8. Reforma fiscal (para acabar com a guerra do ICMS entre os estados) 

9. Redução da carga tributária sobre a produção 

10. Fiscalização tributária e sanitária efetiva nas fronteiras

Fonte: Federarroz

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