Preparo natural

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Despesca: hora de tirar o peixe para colocar o arroz na lavoura

Rezipiscicultura dispensa máquinas e produtos químicos.

Há mais de 10 anos a Coopersulca/Arroz Fazenda, no município de Turvo, Santa Catarina, desenvolve com sucesso projetos de rizipiscicultura, associando o plantio de arroz e a criação de peixes, para a industrialização do arroz orgânico. O programa reduz o custo de produção, aumenta o lucro e cria, com isso, uma outra fonte de renda para os produtores.
De acordo com o agrônomo da cooperativa, Roberto Souza de Matos, esse método reduz custos porque dispensa uso de máquinas e produtos químicos. “Esta é a maior vantagem. É o peixe que trabalha na terra e alimenta-se das sementes das plantas daninhas e de insetos, limpando a área para o arroz”, explica. No entanto, o sistema exige algumas mudanças físicas, como uma taipa mais alta e um refúgio dentro da cancha longitudinal, que ocupa 5% do total da área. 

Para o produtor Sandro Acordi, que planta desde 1987 e há quase 10 anos utiliza a rizipiscicultura em parte dos 60 hectares da lavoura, a técnica é muito vantajosa. “Esse método foi idealizado aqui em Turvo, conheci, experimentei e desde então utilizo. Aliei às outras duas culturas: o arroz e a piscicultura”, conta. Segundo Acordi, como é um processo natural e o arroz orgânico deve ser produzido dessa forma, ele consegue agregar ganho de mais 20% no valor da venda. Sua área de rizipiscicultura não é ampliada por falta de disponibilidade de água. O peixe mais comum para o método é a carpa, que resiste melhor às baixas temperaturas e é eficiente na preparação da terra.

As formas de povoamento dos peixes nas arrozeiras: 

1. Soltar os peixes na primavera, após a semeadura de arroz, despescando no outono, junto à colheita.

2. Soltar os peixes no outono, após a colheita de arroz, despescando na primavera, após a semeadura. 

3. Soltar os peixes na primavera, após semeadura do arroz, e realizar a despesca somente na
próxima primavera, antes de semear novamente o arroz.

4. A despesca é feita baixando-se a água das arrozeiras até o refúgio, que é a área de maior profundidade, onde o peixe será recolhido. 

Fonte: Coopersulca 

Fique de olho
Os alevinos (filhotes de peixe) são produzidos num tanque apropriado e quando atingem o tamanho ideal são transferidos para as arrozeiras, permanecendo em torno de seis meses. Este tempo é necessário para trabalhar a terra e ao mesmo tempo ganhar peso. As espécies cultivadas são a carpa-húngara, para preparo do solo, e a tilápia, que tem aceitação no mercado consumidor.

Como é manejado pela Coopersulca:

1. Os marrecos são entregues aos produtores com dois dias de vida e criados em camponeiras até o 30º dia, quando estão aptos para serem colocados na lavoura.

2. Na lavoura, os marrecos são levados às camponeiras para serem alimentados de ração durante a noite nos primeiros dias para se acostumarem ao local.

Fonte: Coopersulca

Marreco-de-pequim também é utilizado nas lavouras 

O uso da rizipiscicultura não é a única prática natural utilizada pelos associados da Cooperativa Regional Agropecuária Sul Catarinense, a Coopersulca. A utilização do marreco-de-pequim nas lavouras de arroz, na entressafra para controle das pragas, também é uma estratégia habitual. Prática muito usual entre os produtores, é a mais difundida pela Coopersulca, assim como em lavouras do litoral norte e na depressão central gaúcha, pelo Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga). O marreco pode ser solto na lavoura já com 30 dias de idade. Ele controla ervas daninhas, principalmente o arroz vermelho, e durante a safra algumas pragas, como o percevejo-do-colmo e o caramujo.

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