Muita calma nesta hora

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Mato Grosso: cadeia produtiva unida em busca da qualidade

Centro-oeste quer cuidado com a 269 e busca qualidade.

A cadeia produtiva do Centro-oeste vê com cautela a revisão da Portaria 269, que determina a classificação do arroz no Brasil. As alterações propostas pelo Sul podem comprometer o sistema de produção de terras altas. O presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias da Alimentação do Estado de Mato Grosso (Siamt), Marco Antônio Lorga, afirma que no atual formato a proposta não será aceita. “É preciso cautela e uma ampla discussão. A lei não pode produzir distorções entre os estados”, afirmou.

Para Lorga, os produtos não melhoram com normas de classificação. Propõe a discussão de um programa de qualidade do arroz para o Brasil, que geraria os parâmetros para a nova legislação. Alerta que a proposta pode ser um “tiro no pé”, pois há o risco do arroz tipo 1 passar a ser remunerado como extra e os demais com deságio. “O impacto pode ser negativo. As mudanças também precisam ser avaliadas no sentido do impacto no mercado”, destaca.

TRANSIÇÃO – Marco Antônio Lorga destaca que a orizicultura do Centro-oeste vive um momento de transição depois que chegou ao fundo do poço em 2005. Foi quando a variedade Cirad 141 não alcançou classificação de longo fino e chegou a perder 80% de seu valor comercial. A indústria e o consumidor preferiam a variedade Primavera e tinham restrições ao Cirad, que por ser rústico e produtivo levava o produtor a semeá-lo em 60% da área do estado. Essa crise, aliada a fatores econômicos, fez a indústria do MT perder os mercados conquistados no Norte/Nordeste e Sudeste. A saída foi pressionar os centros de pesquisa, principalmente Embrapa Arroz e Feijão (GO) e AgroNorte (MT), por variedades de arroz longo fino, produtivas, adaptadas à região e de melhor rendimento industrial.

 

Produtor mais preparado

A tendência de uma safra mais qualificada no Mato Grosso é atestada pelo presidente da Associação dos Produtores de Arroz (APA/MT), Ângelo Carlos Maronezzi. Segundo ele, não apenas as novas variedades serão importantes, como a conscientização dos produtores e a adoção de novos sistemas de cultivo também farão diferença. Segundo Maronezzi, a difusão de novas técnicas de manejo para alta produtividade, adoção de sistemas de cultivo em áreas velhas (rotação com soja) e integração lavoura-pecuária devem fazer a diferença em volume produzido e qualidade de grão no Mato Grosso a partir da safra 2006/2007.

A APA tem realizado eventos técnicos para difusão de tecnologias mais adequadas à orizicultura do Mato Grosso, em busca de qualidade, principalmente sobre o manejo de áreas velhas.

Fique de olho
A indústria do Mato Grosso está otimista com a safra 2006/2007, que embora não aumente consideravelmente a produção, deverá apresentar uma das melhores qualidades nos últimos anos. Isso se deve à presença de novas variedades da Embrapa, como Curinga e Sertaneja, da AgroNorte, e até um híbrido da RiceTec, destinado às áreas irrigadas. “A tendência é de uma matéria-prima superior e um volume de produção mais próximo da demanda da indústria”, afirma Ângelo Maronezzi.

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