Em queda
A Organização Mundial para a Agricultura e Alimentação (FAO) prevê uma queda no comércio mundial para 26,5 milhões de toneladas de arroz em 2004, ante 28,1 milhões de toneladas em 2003. Essa retração se deve à diminuição da demanda de importação dos principais compradores asiáticos e sulamericanos, entre eles o Brasil, regiões onde a produção interna aumentou. Em 2003/2004, a produção mundial cresceu cerca de 2,3% para 585 milhões de toneladas, contra 572 milhões no ciclo 2002/2003. As estimativas para o ano 2004/2005, segundo o economista do Cirad, da França, Patrício Méndez Del Villar, indicam crescimento para 608 milhões de toneladas, aumento de 4% em relação ao ano anterior. Essas previsões levam em consideração o incremento da produção chinesa graças à expansão das áreas. “Por outro lado, na Índia, segundo maior produtor mundial, a produção cairá por más condições climáticas”, afirma Del Villar.
Apesar desse incremento, o volume de arroz produzido no mundo será insuficiente para atender o consumo, que deve chegar ao recorde de 413 milhões de toneladas em 2004/2005. Assim, os estoques devem cair cerca de 5,5% para 97 milhões de toneladas, contra 103 milhões do ano anterior.
ESTOQUES – A redução dos estoques mundiais equivale a uma safra cheia gaúcha, que alimenta anualmente a metade do Brasil. Esses números são considerados preocu-pantes pela FAO, que elegeu 2004 o Ano Internacional do Arroz para chamar atenção para o risco de desabastecimento do cereal no mundo, principalmente na Ásia e África.