Agro Norte também lança o seu híbrido
Sementes de alto potencial produtivo atraem chineses.
A primeira variedade mundial de arroz híbrido para terras altas, desenvolvida no Brasil pela empresa Agro Norte, ganhou repercussão mundial a partir do Agrishow Cerrados, ocorrido no Mato Grosso em abril. Além de despertar o interesse de centenas de produtores brasileiros pelos atrativos de aumento de produtividade e redução de tratos culturais, a cultivar despertou a atenção da China, maior produtor mundial de arroz e que enfrenta séria crise de abastecimento de água. Em busca de alternativas para a irrigação, os chineses já vêm mantendo contatos com empresas do Centro-oeste brasileiro e a própria Embrapa em busca da tecnologia desenvolvida para os cerrados.
Durante o Agrishow Cerrados, o presidente da Academia de Ciências Agrícolas da China, Dayun Tao, convidou o presidente da Associação dos Produtores de Arroz do Mato Grosso (APA-MT) e diretor da empresa Agro Norte, de Sinop, Angelo Maronezzi, para realizar o lançamento internacional da cultivar em setembro, na principal feira agropecuária da China. Maronezzi conduziu as pesquisas que resultaram nesse híbrido.
Os chineses cultivam 30 milhões de hectares de arroz, a metade em lâmina d’água e o restante irrigado. A China tem apenas dois grandes rios, o Amarelo e o Vermelho, para atender a maior população do planeta. A redução do volume de água levou as autoridades de Pequim a priorizarem seu uso para consumo humano, gerando a necessidade de alternativas para o cultivo do arroz.
Ficha Técnica
As vantagens do híbrido
• O volume de sementes convencionais de arroz de terras altas por hectare chega a 70 quilos. O híbrido utiliza 25 quilos de sementes
• Esta redução acarreta também uma diminuição no uso de defensivos no trato cultural, baixando, ainda, o custo da lavoura
• A produtividade aumenta, em média, 35%
Fonte: Agro Norte
Anote aí
O presidente da Associação dos Produtores de Arroz de Mato Grosso (APA-MT) e diretor da Agro Norte, Angelo Maronezzi, considerou muito importante o contato com o vice-presidente da academia de agricultura chinesa. “É um grande passo para a difusão de tecnologias e para intercâmbios”, explica. Desde que as primeiras cultivares de arroz de terras altas passaram a ser desenvolvidas pela Embrapa, e mais recentemente pelas empresas privadas, o Brasil se tornou um pólo de difusão tecnológica na cultura de sequeiro.