Tem volta, bicho

 Tem volta, bicho

Ochettina ataca a raiz de uma planta de arroz

Pesquisas sobre controle da ochettina evoluem

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A principal praga surgida nos últimos anos, gerando prejuízos substanciais às lavouras de arroz do Rio Grande do Sul, a ochettina sp., está provocando uma reação acelerada do setor de pesquisas. Estão em adiantado estágio de testes sistemas de controle químico, biológico e de manejo para o inseto nos principais institutos de pesquisas do Rio Grande do Sul.

O pesquisador do Irga, Jaime Vargas de Oliveira, explica que um dos resultados que entusiasma o setor foi obtido no campo do controle biológico. Numa parceria com a pesquisadora Lídia Fiuza, da Unisinos, foram realizadas algumas experiências com resultados bastante animadores para o controle biológico da ochettina. Um trabalho desenvolvido com o fungo Beauveria bassiana, a campo, permitiu monitorar um ataque a 25% dos insetos que infestavam a área.

Segundo o pesquisador do Irga, especializado em entomologia, o principal problema para o controle biológico é isolar e produzir o fungo em quantidade suficiente. "Neste caso específico, a Beauveria bassiana já existe na lavoura. O que conseguirmos introduzir a mais, para forçar um aumento no controle, já estará adaptado", explica. Quanto maior o volume de fungos levados à lavoura, maior a eficiência do controle.

 

Não há controle químico

O controle químico da ochettina sp., em casos de ataques severos e constatação de prejuízos, tem sido realizado com produtos indicados para pragas similares, como o gorgulho aquático ou bicheira-da-raiz. Isso porque ainda não existem produtos registrados especificamente para o controle desta praga. O Irga tem trabalhado em pesquisas e confirmado a eficiência dos produtos indicados para a bicheira-da-raiz também na ochettina, mas com uma diferença básica: nas pesquisas a dosagem tem sido aumentada de 20% a 30%, para assegurar eficiência. O controle químico da ochettina sp., portanto, é mais difícil do que o da bicheira-da-raiz.

A ochettina ataca mais na área do colo da planta e provoca prejuízos muito significativos. Ela surgiu na década de 80, mas permaneceu como praga secundária (sem promover prejuízos significativos) por muitos anos. Nas últimas quatro safras, a praga tornou-se uma das mais importantes da orizicultura, provocando danos muito severos.

 

Conheça o bicho 

Manejo para dar um jeito na ochettina

As características de sobrevivência da ochettina sp. nas lavouras de arroz favorecem o manejo biológico. Esta é uma das primeiras conclusões dos especialistas no assunto. Normalmente a ochettina se mantém junto às taipas e à beira da lavoura, numa faixa de um ou dois metros no momento de hibernar. "Sabendo onde ela está fica mais fácil controlar", explica o especialista em pragas do Irga, Jaime Vargas de Oliveira.

A ochettina tem por característica entrar na lavoura de arroz junto com a irrigação, quando o clima se mantém com temperaturas acima dos 20 graus. É nesta fase que se verifica alta incidência do inseto na lavoura. Ela permanece junto aos canais de irrigação, nas taipas e ataca em pontos específicos, o que facilita a aplicação dos fungos para realizar o controle.
A partir de março, o inseto começa a migrar para ervas daninhas, onde permanece durante o inverno. É neste momento que o controle químico deve ser feito. "O ideal, para quem optar por fazer o controle químico, considerando o histórico da lavoura e os prejuízos que têm sido acarretados, é realizar a aplicação, nesta época, nas bordas da lavoura, nas taipas e nos canais de irrigação", explica Oliveira.

Os danos da ochettina sp. são avaliados em um percentual variável de 40% a 70% da lavoura, diante de ataques que vão de moderados a severos.

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