Arrozeiros cobram medidas em Brasília
Também são demandas setoriais a suspensão temporária das importações do Mercosul, até que sejam encontradas formas de compensar os produtores brasileiros das assimetrias que favorecem os países vizinhos, e a agilização do escoamento dos excedentes.
A crise setorial do arroz estará em pauta em importante reunião entre o setor produtivo e a cúpula do governo federal, em Brasília, na manhã desta terça-feira. O presidente da Federarroz, Renato Rocha, e representantes de entidades ligadas à cadeia produtiva do arroz do Rio Grande do Sul, como Farsul e Fetag, debaterão o tema com o chefe do gabinete da Presidência, Giles Azevedo, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) Wagner Rossi, e o secretário de Política Econômica, do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt. Dirigentes setoriais realizarão a defesa das quatro propostas encaminhadas na última semana à cúpula da política econômica e agrícola governista.
Segundo Rocha, medidas como a prorrogação das dívidas do setor até que se encontre uma solução para a crise de preços, serão pleiteadas. Também são demandas setoriais a suspensão temporária das importações do Mercosul, até que sejam encontradas formas de compensar os produtores brasileiros das assimetrias que favorecem os países vizinhos, e a agilização do escoamento dos excedentes. O setor pede o estabelecimento do preço-meta, mecanismo que compensaria a diferença entre os valores de mercado e o custo de produção.
Hoje, o mercado gaúcho paga entre R$ 18,00 e R$ 19,00 para uma saca de 50 quilos de arroz em casca, com padrão 58×10, enquanto o custo de produção é de R$ 29,00. A diferença seria embolsada diretamente pelo arrozeiro. Os produtores também querem que a suspensão dos pagamentos das dívidas, dos custeios, investimentos de safra e comercialização, inclusive o EGF 09/2010, seja avaliada pelo Conselho Monetário Nacional na reunião desta quinta-feira. A meta é juntar todos os valores devidos e criar um novo parcelamento, pois na atual situação o setor não tem como honrar integralmente seus compromissos e dar seguimento a sua atividade.
O secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi acompanhará as entidades na audiência. Nesta segunda-feira, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, recebeu cópia do documento no Palácio Piratini. Ele prometeu enviar a documentação e conversar com a presidente Dilma sobre as demandas e também assumiu o compromisso de marcar uma audiência com a presidente da República para tratar pessoalmente do assunto, juntamente com os representantes do setor. “Essa crise não é dos arrozeiros. É de todo o Rio Grande. De todos os partidos. E, unidos, vamos buscar soluções”, afirmou o governador.
PROTESTO – Em assembléia geral nesta segunda-feira, lideranças de 17 associações de produtores do Rio Grande do Sul decidiram dar início a um protesto em respaldo ao trabalho das entidades setoriais e para tornar pública a situação de crise vivida pelo setor e o impacto desta na economia de mais de 150 municípios gaúchos. Os protestos acontecerão nas cidades arrozeiras e terão como objetivo alertar as forças vivas, políticos e toda sociedade da dimensão e conseqüências da atual crise, bem como as propostas apresentadas aos Governos, onde o alvo principal são a suspensão das importações de arroz do Mercosul. O presidente da Federarroz, Renato Rocha, reconheceu a legitimidade do movimento independente de produtores “diante da dimensão que essa crise tomou”. Segundo os produtores, em 2010/11 o Brasil importou 1,05 milhão de toneladas de arroz da Argentina, Uruguai e Paraguai, a preços até 100 dólares mais baixos por tonelada, o que foi decisivo para derrubar os preços internos.
Também nesta segunda-feira, arrozeiros gaúchos e lideranças setoriais lotaram o plenário da Assembléia Legislativa gaúcha em uma audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, solicitada pela Federarroz, que debateu a crise setorial. O presidente da Federarroz, Renato Rocha, fez uma explanação sobre o atual cenário do setor produtivo, subsidiando os parlamentares dos pleitos federais e estaduais, e afirmou que a crise hoje extrapola o âmbito da lavoura. “Primeiro afeta o produtor, depois os municípios e finalmente o estado, portanto não é só um problema do produtor e sim de todo o Rio Grande, pois interfere direto na sócio-economia dos 140 municípios.”, afirma.
MARATONA – Nesta terça-feira o presidente da Federarroz e demais entidades representativas gaúchas cumprirão uma verdadeira maratona em Brasília, em busca de apoio dos organismos federais às medidas de possam reduzir os prejuízos dos arrozeiros. “Iremos aos Ministérios da Agricultura e da Fazenda buscar apoio para que seja prorrogado 100% do EGF 09/2010, novo prazo de adesão ao PRODUSA e que o congelamento das dívidas entrem na pauta da reunião do Conselho Monetário Nacional nesta quinta-feira, e também pela análise da minuta que propõe o preço-meta”, revelou Renato Rocha. Além disso, os dirigentes terão uma reunião na Conab para solicitar a flexibilização das garantias exigidas para o credenciamento dos armazéns no Rio Grande do Sul e reforço de pessoal na CONAB/RS, como forma de viabilizar que os produtores acessem mecanismos como os AGFs.
No Banco do Brasil, em audiência agendada pelo deputado federal Luis Carlos Heinze (PP/RS), pedirão retorno das proposições apresentadas na semana passada, valorização da saca de arroz pelo preço mínimo para os recibos de depósito e EGFs e aceitação do protocolo no órgão ambiental para acesso aos financiamentos. No Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior representantes da Federarroz vão apresentar um estudo jurídico e apresentar propostas para incluir o arroz num pacote de medidas que devem estabelecer salvaguardas para alguns outros setores da economia, em razão da atual política cambial brasileira, que enfraquece o dólar.
“Solicitaremos atenção às assimetrias do arroz no Mercosul, os prejuízos que estão causando estas importações, aspectos do Tratado que não estão sendo observados pelos nossos concorrentes e que o arroz seja incluído neste pacote”, finalizou o dirigente. Segundo Rocha, o momento é grave e exige medidas urgentes de respaldo à cadeia produtiva nacional.
Lideranças agrícolas do RS buscam solução para arrozeiros
Lideranças agrícolas do Rio Grande do Sul participam nesta terça (26), em Brasília, de seis audiências com órgãos ligados ao governo. A maratona de encontros vai ser mais uma tentativa de buscar uma solução para o problema dos arrozeiros. Na segunda, eles pediram apoio ao governador do estado.
Os representantes dos produtores deixaram com o governador Tarso Genro um documento com reivindicações para serem entregues à presidente Dilma Rousseff. O baixo preço pago pelo produto e os altos estoques da safra passada agravaram a crise. Eles reclamam que estão endividados e querem a prorrogação das dívidas.
O governador Tarso Genro prometeu encaminhar os pedidos.
10 Comentários
VAMOS PEDIR A CPI DA INDUSTRIA JÁ!!! TEM ARROZ DE 62% DE INTEIRO VIRANDO EM 30 SEGUNDOS ARROZ DE 50% PRA INDUSTRIA PAGAR 23,20, MUITO LONGE DOS 25,80>> FORA ISSO SÓ COMPRAR ARROZ VIA PEPE SE O PRODUTOR SE COMPROMETER A VENDER IGUAL QUANTIDADE A PREÇO VIL DE MERCADO PRO CARTEL FAZER UMA MÉDIA BAIXA DE PREÇO.
TE MEXE ARROZEIRO VAMO PRAS ESTRADAS E PRA FRENTE DO CARTEL OU VAMO PASSA FOME.
O setor orizícola infelizmente está pagando o preço por ser desorganizado e ter pouca representatividade política e de classe. Se não fosse isso a situação não chegaria ao ponto em que chegou. Acreditar que leilões de PEP, Pepro e AGFs iriam resolver nosso problema foi de uma infantilidade absurda. A indústria continua se esbaldando. E o governo apenas prometendo. Falam em volta de inflação para colocar a opinião pública contra nós. Querem subir juros, prorrogar contas, mas subsidiar o arroz ninguém fala. Pois bem senhores produtores, que lutemos ou sucumbiremos aos gentis. SEM MOVIMENTOS NÃO HAVERÁ SOLUÇÃO A CURTO PRAZO. SEM LUTA NÃO TEREMOS RESULTADOS POSITIVOS. Como bem diz nosso hino riograndense, um povo que não tem virtude acaba por se tornar escravo. Não nos deixemos escravizar por aqueles que de nós dependem. A luta irmãos de sangue e suor. O futuro de nossos filhos e dos filhos de nossos empregados depende de nós. Afinal vivemos ou não numa Democracia?
Diego, estrada é para sem terras, cartel é para os petistas, passar fome por quê? Se o que o agricultor sabe fazer é produzir alimento, então vamos produzir só para nossas familias, e o resto deixa que o governo alimenta, e as indústrias se arrebentam. Srs agricultores reduzam a metade da área de plantio, se quiserem ficar no ramo….
Não podemos abrir mão do preço-meta,que compensaria a diferença entre os valores de mercado e o custo de produção.Devemos SIM ir para as estradas, fronteiras, reivindicando nossos direitos de custo de produção e não de preço mínimo.
Enquanto o produtor estiver depositando arroz nas grandes industrias o mercado não vai evoluir, vejam a situação de quem depositou todo o arroz na industria , não pode fazer AGF nem contrato de opção porque a INDUSTRIA não trabalha com a CONAB , não pode fazer PEP porque a industria não participa dos leilões e quando participa só faz se for meio a meio declassificando o arroz recebendo o premio integral do governo e repassando no maximo de 1 real a 2 reais por sacos. Estão cobrando o que querem de umidade e de impureza porque o produtor não tem opção de colocar em outro lugar , então no momento da maior crise da historia da orizicultura a industria deixou de ser parceira do produtor e esta visando altos lucros com a crise eu quero saber onde está o ministerio PUBLICO que até agora não investigou todos os crimes que o CARTEL está praticando contra os produtores gauchos CPI da ÍNDUSTRIA JÁ TE MEXE ARROZEIRO
Não vai ser o governo q vai resolver nosso problema, por mais q tomem medidas isso vai refletir muito pouco no mercado. Prorrogar contas é empurrar o problema para o futuro, é a pior coisa que podemos fazer. Temos que pensar o q vamos fazer para próxima safra, vamos plantar a mesma área e ter mais arroz ainda sobrando no próximo ano? Daí o arroz valendo menos e com novas contas e ainda essas prorrogações? Temos que pensar bem a próxima lavoura, calcular bem os custos de produção e ver se realmente vale a pena plantar.
Enquanto o produtor nao se unir contra o sistema, vamos trabalhar no prejuízo.
Precisamos nos MANIFESTAR, MOBILIZAR, para que realmente nossos politicos se dem conta do problema.
Vamos cortar as saidas das industrias para que eles se unam no nosso movimento . Quem vende arroz hj a R$ 18,00 esta dando um atestado de quebrado !!!
TE MEXE ARROZEIRO !!!!
o problema é mais grave do que isso,o setor precisa de uma anistia ou uma securitizaçao de longo prazo,pois já são 8 anos estrangulados pela politica lula +4 meses de DILMA,com a marretada de misericordia na nuca dos arrozeiros (falencia).
Concordo contigo IVAN, redução de plantio de arroz é a UNICA saida para esta crise, e precisa reduzir mais de 50% pois o consumo de arroz no brasil reduziu muito, vamos plantar trigo. e viva o mc donalds!!!!!!!
Vamos reduzir a área, dispensar todos nossos funcionários indenizá-los alguns co mais de 25 anos de casa e nossos problemas estão resolvidos pois o seu IVAN e o seu MARCOS que com certeza não são produtores assumem nossas parcelas de investimentos no banco, cumprem nossos contratos de arrendamento, arranjam emprego pra toda esta gente e a área que ficar ociosa eles descobrem um alternativa pra várzea pois até hoje nenhum pesquisador descobriu, assim eles resolvem nossos problemas e ainda ganham o prêmio nóbel da agricultura.
TE MEXA ARROZEIRO VAMO PRAS PORTAS DAS INDÚSTRIAS E PRAS ESTRADAS NÃO SOMOS SEM TERRA COMO DISSE O COMPANHEIRO MAS SE NÃO AGIRMOS O QUANTO ANOS VAMOS VIRAR SEM TERRA E ENDIVIDADOS.