A força do PEP
Brasil arranca 2011 exportando graças ao PEP e aos baixos preços de mercado do arroz
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O desempenho da balança comercial do arroz do Brasil no ciclo 2010/11 foi deficitário, segundo levantamento da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic). Foram exportadas 627.447 toneladas do cereal, contra a importação de 1,045 milhão de toneladas (base casca). Esta compra externa foi responsável pelo crescimento dos estoques nacionais para 2,2 milhões de toneladas de grãos, entre armazenagem pública e privada. A queda nas exportações foi de 31%.
Com o real em alta sobre o dólar e os preços internos também altos para os padrões internacionais, o resultado pode ser considerado satisfatório pelo setor. A Conab iniciou o ano projetando exportação de 400 mil toneladas. Apesar do crescimento do volume exportado sobre a projeção oficial do início de 2010, é bom lembrar que 65% do volume total embarcado pelo Brasil foi de grãos quebrados para a África. Outros 25% foram arroz parboilizado, também para a África, Caribe, Oriente Médio e América Latina.
Com os preços baixos da matéria-prima para parboilização, o Brasil ainda conseguiu concorrer neste mercado. Em compensação, o arroz branco praticamente não saiu em 2010/11. Quase 100% dos embarques foram da cadeia produtiva do Rio Grande do Sul.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Arroz Parboilizado (Abiap), Marco Aurélio Júnior, 2011 começou com melhor expectativa do setor para as vendas externas por conta de mecanismos como o Prêmio de Escoamento de Produto (PEP). Reconhece também que a queda dos preços internos colocou o arroz brasileiro no patamar do mercado mundial. “Se no mercado doméstico a notícia é ruim, pelo menos abriu esse canal de escoamento para a exportação”.
A queda tornou o arroz parboilizado brasileiro ainda mais competitivo no mercado externo. Entre março e abril também foram embarcadas 40 mil toneladas de arroz branco, volume praticamente o dobro de todo o ano anterior. A venda foi realizada para Cuba. A maior parte das indústrias brasileiras e trades já estão com contratos fechados para embarques até agosto. Com a notícia da volta da Índia ao mercado externo, ofertando arroz branco, muitas empresas apressaram as negociações até setembro.
COMEÇO
No começo do ano comercial, em março, o Brasil arrancou bem. Exportou 118,7 mil toneladas de arroz (base casca). Países africanos, com Nigéria, Senegal e Benin seguem liderando as compras do produto brasileiro, principalmente quebrados de arroz e parboilizado. O parboilizado representou 63% das vendas de março. As importações ficaram em 60,7 mil toneladas em março. Predominou a compra de arroz branco do Mercosul. Ou seja, no ciclo comercial 2011/12, o Brasil iniciou superavitário.
O Brasil no mercado externo
(base casca/1.000 t)
Ano Exportação Importação
2006/07 453.477 827.821
2007/08 312.942 1.132.734
2008/09 789.877 590.002
2009/10 894.414 907.998
2010/11 627.447 1.045.228
2011/12 600.000 800.000*
*Projeção Conab
Fonte: www.agrotendencias.com.br
Ano começa com vendas
No começo do ano comercial, em março, o Brasil arrancou bem. Exportou 118,7 mil toneladas de arroz (base casca). Países africanos, como Nigéria, Senegal e Benin, seguem liderando as compras do produto brasileiro, principalmente quebrados de arroz e parboilizado.
O cereal processado pelo sistema de parboilização representou 63% das vendas de março. As importações ficaram em 60,7 mil toneladas em março. Predominou a compra de arroz branco do Mercosul. Ou seja, no ciclo comercial 2011/12, o Brasil iniciou superavitário. O Prêmio de Escoamento de Produto e os preços baixos de mercado têm sido decisivos.
FIQUE DE OLHO
A meta do Rio Grande do Sul é exportar 10% de sua safra. No ano passado, a meta não foi atingida, faltando 50 mil toneladas. Para 2011/12, com o crescimento da produção nacional, o estado teria que exportar 880 mil toneladas, nível próximo do recorde alcançado em 2009/10, de 894,4 mil toneladas. Para isso, o PEP é fundamental, e os preços deste início de ano também têm favorecido a concorrência do produto nacional no mercado externo. A Conab, em seu relatório de abril, projetou 600 mil toneladas de exportação e 800 mil de importação para o Brasil em 2011/12, portanto, desconsiderando a meta gaúcha.