Produtores de arroz do RS não são atingidos pela estiagem no estado

Lavouras da fronteira oeste são irrigadas por barragens e outros sistemas. De acordo com o Irga, método poderia ser utilizado em outras regiões.

A estiagem que atinge o Rio Grande do Sul já fez 102 municípios decretarem situação de emergência, segundo o boletim divulgado na tarde deste sábado (7) pela Defesa Civil. Mas na fronteira oeste do estado, os produtores de arroz que armazenaram água durante o ano não enfrentam dificuldades para irrigar as lavouras.

A combinação de sol e água é perfeita para o bom desenvolvimento do arroz. Com a barragem cheia em Uruguaiana, o produtor João Bidinoto Vieira está tranquilo: “Temos recursos hídricos suficientes para chegar ao final da irrigação sem nenhum problema”, afirma.

De acordo com os produtores, a reserva é formada durante todo o ano, quando chove mais no estado. A água armazenada é utilizada no verão, período de tempo mais seco. Na maior barragem da fronteira oeste, são 2,7 mil hectares de área alagada. A água armazenada é suficiente para manter 5,2 mil hectares de lavoura de arroz, durante todo o ciclo da cultura.

A região da fronteira oeste é responsável por 33% da produção de arroz do Rio Grande do Sul. Só em Uruguaiana, existem 451 açudes de irrigação para as lavouras. O custo é alto: cerca de R$ 160 mil para a formação de uma barragem média, sem contar os equipamentos para distribuir a água. Mas o investimento vale a pena, garantem especialistas.

“Se não existisse esse investimento dos produtores para construção de barragens para irrigação de suas lavouras de arroz, não teria como ocorrer essa produção aqui na região”, diz Gustavo Hernandes, engenheiro agrônomo do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga).

De acordo com o Irga, os sistemas de irrigação podem servir para qualquer região do estado, desde que sejam respeitadas as variações de relevo.

Só que em Bagé, as chuvas estão abaixo da média há mais de um ano e não foi possível acumular a água necessária para a plantação. As barragens estão operando com cerca de 40% da capacidade. “A evaporação é muito grande e as águas custam a chegar na lavoura. Nós estamos preocupados com a possibilidade de ter um prejuízo em torno de 30% do que foi plantado”, diz o presidente da Associação dos Arrozeiros de Bagé e Região, Ricardo Zago.

2 Comentários

  • Existe um equivoco muito grande no titulo desta noticia!!!

  • CAROS AMIGOS, lendo esta reportagem dá a impressão que existe outro planeta dentro do bravo Rio Grande, pois, o nobre parceiro produtor, juntamente com o técnico do glorioso IRGA, que fala em fartura de água por aquelas bandas, se esquecem que Uruguaiana foi abençoada no final do ano com uma chuva de mais de 100 milímetros , o que não é a realidade dos demais municípios, onde muitos parceiros tiveram que UTILIZAR a água para fazer a lavoura germinar e a evaporação está muito acima de anos normais com temperaturas ao sol chegando próximo de 50 gráus, causando stress na planta e consequentemente diminuição de produtividade, muitas áreas estão sendo abandonadas por falta de água, além da diminuição da área plantada no estado que beira os 20%, se não for maior. A dura realidade que enfrenta mais uma vez o produtor deste, que é o alimento mais consumido pela humanidade, beira a calamidade, juntamente com o milho e a soja que foram as válvulas de escape encontradas pelos produtores para fugir das armadilhas do arroz.. Gostaria de deixar um recado aos DOUTORES ‘SUPERSAFRA’ , do ano passado , que a sobra da safra passada poderá ser a falta desta, e a nossa política de estabilidade alimentar não passa de 6 meses, bastou ser produzido uma safra boa , o que deveria ser motivo de comemoração em qualquer nação do mundo, para nós transformou-se em uma carniça com entidades se pavoneando do feito e detonando o mercado, o qual poderia ter andado serenamente, afinal a nossa tão propalada supersafra não passou de 20% da produção de um ano normal . Que DEUS tenha piedade da cadeia produtiva, pois, não queremos e não estamos buscando esmolas para um setor tão vital e importante para a economia de mais de 130 municípios, GRANDE gerador de empregos e tributos, mas, que notícias como estas de tranquilidade hídrica em casos absolutamente isolados não sejam vendidas como realidade , ou sabe-se lá a serviço de quem estão vendendo esse absurdo. Saiam do ar condicionado e façam uma ronda pelos municípios produtores e verão que NÃO estou exagerando. Um grande abraço aos parceiros de lavoura. LEOCARLOS GIRARDELLO. PRODUTOR DE ALIMENTO – SÃO SEPÉ – RS

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