Tudo será como antes

 Tudo será como antes

Lavoura catarinense: estabilidade de área

Santa Catarina mantém produção, apesar dos preços baixos
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Estabilidade parece ser a palavra-chave para definir a produção orizícola catarinense. A safra no estado é estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 1,036 milhão de toneladas, volume que representa um incremento de 4% em relação às 996,4 mil toneladas colhidas em 2010/11, quando essa lavoura enfrentou quebra por problemas climáticos.

Este desempenho contraria as expectativas iniciais da cadeia produtiva do estado de que, nesta safra, por conta dos preços pouco estimulantes, principalmente no primeiro semestre de 2011, a área plantada cairia na maioria das regiões produtoras, resultando numa produção menor. Enquanto no RS, responsável por 65% da produção nacional, a área decresceu 11,1% (e a produção, 16,4%), em SC a redução foi de apenas 0,2%, segundo o 7º Levantamento de Safra, divulgado no último mês de abril.

A qualidade do cereal colhido até o momento é considerada boa. Conforme a Conab, o rendimento médio estadual deve oscilar entre 6.925 e 6.905 mil quilos por hectare. Embora alguns municípios da região sul catarinense tenham decretado situação de emergência em função da falta de chuva desde o início de janeiro, principalmente, as lavouras de arroz não foram afetadas pelo fenômeno por se encontrarem em estágio final de maturação e porque muitas delas já haviam sido colhidas.

A comercialização da produção segue dentro do programado para os principais centros consumidores do país. O aumento da oferta estadual, de acordo com o economista Luiz Marcelino Vieira, do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Cepa), tem mantido os preços ao produtor atualmente oscilando entre R$ 25,00 e R$ 26,5 a saca de 50 quilos. “A tendência é de que, com o final da colheita, os preços possam chegar a R$ 27,00, mas ainda é cedo para prever”, considera.

Vieira explica que a situação nesta safra é mais positiva comparada à anterior, quando os preços não reagiram mesmo com a implementação de medidas governamentais. “Em 2011, o preço médio recebido pelo produto no mês de março foi de R$ 20,50 a saca de 50 quilos, sendo 28% menor em relação a igual período de 2010”, compara.

Para esta safra, a expectativa dos principais agentes do setor é de manutenção das medidas governamentais de apoio à comercialização da produção do arroz, como a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), Contrato de Opção de Venda, Prêmio para Escoamento de Produtos (PEP) e Prêmio de Equalização Pago ao Produtor (Pepro). “Por meio desses mecanismos, o governo espera corrigir as distorções de preços ao produtor e garantir maior competitividade no mercado”, observa Vieira.

CÂMARA SETORIAL
Uma iniciativa do Conselho Municipal de Agricultura de Forquilhinha começa a ganhar força em Santa Catarina: a criação de um conselho ou entidade dentro da Câmara Setorial do Arroz, em nível estadual, que agregue todos os segmentos da cadeia produtiva do arroz, a fim de solucionar problemas do setor.

A primeira reunião com representantes de entidades de classe e agricultores foi realizada no dia 27 de março, na Assembleia Legislativa do estado. O objetivo é a criação de um conselho para uniformizar o debate em todos os segmentos da cadeia produtiva para solucionar problemas, obter uma melhor política agrícola e melhores preços, entre outros.

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