Clima: previsão de El Niño fraco e de curta duração

A condição climática projetada para a primavera/verão 2013 pode ser comparada com o ocorrido em 2006/2007, que corresponde ao penúltimo El Niño.

O Fenômeno El Niño continua em processo de configuração. Entre julho e agosto, porém, o processo de instalação desacelerou um pouco, conforme informações da Somar Meteorologia. O Serviço de Meteorologia Americano (NCEP/NOAA) prevê que o El Niño desta temporada deve ser de intensidade fraca e de curta duração, perdendo força já a partir de janeiro de 2013. Segundo a Somar, a condição da temperatura da superfície do mar (TSM) do Oceano Pacífico equatorial observada ao longo de 2012 remete a um padrão semelhante observado em 2006.

A condição climática projetada para a primavera/verão 2013 pode ser comparada com o ocorrido em 2006/2007, que corresponde ao penúltimo El Niño. O último ocorreu em 2009/2010. Segundo a Somar, a primeira consequência observada em função da instalação do El Niño diz respeito à temperatura. Diminui o risco de frio tardio (geadas) no Sul, enquanto o Sudeste e o Centro-Oeste continuam enfrentando altas temperaturas. Agosto e setembro devem continuar com chuvas concentradas no Sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul.

Com o El Niño um pouco mais fraco em relação a 2009/2010, a expectativa é de diminuição do risco de episódios de chuvas forte e enchentes de grandes proporções e longa duração. Em contrapartida, o verão 2013 terá mais chuva do que o verão passado. Mantém-se, no entanto, o risco de episódios de estiagens regionalizadas. No Paraná e Mato Grosso do Sul, as chuvas da primavera devem começar a ocorrer somente no fim de setembro e em outubro. Em São Paulo, o restante de agosto e setembro devem continua com tempo seco e quente. Pode voltar a chover somente no fim de setembro e outubro em diante. Esse cenário favorece o corte e moagem da cana-de-açúcar.

Para Mato Grosso e Goiás, com o retardamento do El Niño, o retorno das chuvas não deve ser antecipado, o que deve ocorrer bem no fim de setembro. Mesmo assim, as chuvas de outubro ainda devem ser muito irregulares. Uma regularização do regime das águas deve ocorrer a partir de novembro e no verão. No caso das lavouras do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia até podem ocorrer alguns episódios de chuvas no decorrer de outubro. O produtor, porém, deve ficar atento em relação à irregularidade, pois as águas devem se normalizar e oferecer condições de plantio somente no decorrer de novembro.

De qualquer forma, o fato de o El Niño ser mais fraco, o regime de chuvas do Nordeste é favorecido, principalmente para o período de chuvas de fevereiro, março e abril. Em agosto, o tempo deve continuar seco e com temperaturas elevadas no Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil no decorrer desta segunda quinzena de agosto. As chuvas devem ficar restritas ao extremo Sul do Brasil, mas sem previsão de geadas.

Segundo a Somar, as chuvas acumuladas em agosto confirmam o padrão típico de bloqueio atmosférico, com as frentes frias retidas no extremo sul do continente, entre o Uruguai e a Argentina. Chuvas são esperadas no extremo Norte do Brasil e na faixa leste do Nordeste.

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