Cenário indica redução de área no RS
Clima, endividamento
e falta de crédito são
as principais causas.
O presidente da entidade, Renato Rocha, considera que a alta dos preços em 2012 não é o fator preponderante para este cenário indicado pelos arrozeiros. “O problema é a falta de água para a irrigação. As barragens estão comprometidas por dois anos de seca. E também existe a oportunidade dos agricultores cultivarem soja em várzea”, argumenta. Para piorar, a chegada do fenômeno climático El Niño, com chuvas intensas, está prevista no período de plantio da safra de arroz, entre setembro e novembro.
Confirmando-se a queda prevista pela Federarroz, o cultivo nacional poderá cair entre 7% e 8%. A estimativa leva em conta uma recuperação parcial dos mananciais gaúchos até outubro para a média dos últimos anos. Esta é a época em que o manejo da irrigação é determinante para o sucesso da lavoura. No Mato Grosso espera-se nova queda na área cultivada, que em Santa Catarina se manterá estável. O Irga deve divulgar uma projeção com a intenção de plantio no RS durante a Expointer, no final de agosto. O presidente Cláudio Pereira considera o cenário desta safra muito diferente das outras. “Há uma grande insegurança em função do clima”, revela.
AUMENTO
O analista da área de arroz da Safras & Mercado, Eduardo Aquiles de Souza, considera que a área do Rio Grande do Sul deve ser praticamente a mesma na próxima safra, se houver a recuperação dos mananciais. “O clima será decisivo, mas os preços em alta têm efeito sobre a tomada de decisão do arrozeiro”, lembra. Para ele, o Sul do Brasil terá, na próxima temporada, comportamento produtivo similar a 2011/12, que pode oscilar levemente para mais ou para menos. Em todo o Brasil, numa projeção de julho, a estimativa mais otimista da Safras & Mercado prevê um aumento da intenção de plantio em 1,3%, o que foi considerado “pouco provável” pelos arrozeiros.