Africanos conhecem cultivo de arroz no Brasil

Técnicos de países da África estiveram em Tocantins e Goiás para conhecer o cultivo e o beneficiamento do produto. Da comitiva fez parte um representante da Mauritânia..

Representantes de países africanos, entre eles da Mauritânia, estiveram no Brasil no começo deste mês para conhecer o cultivo e a industrialização do arroz no País. O grupo, composto por técnicos, empresários e membros de governos de nações integrantes do projeto Africa Rice, esteve nos estados de Tocantins e Goiás. “Todos mostraram muito interesse, ficaram bem empolgados”, afirmou para a reportagem da ANBA o pesquisador e coordenador da Embrapa Arroz e Feijão no Tocantins, Daniel Fragoso.

Do grupo fez parte o mauritano Sidy Yeslemi Vall, da empresa MSA. Vall trabalha com representação de indústria de arroz e equipamentos para este setor na África Ocidental e Central. Ele também atua com vende de peças de reposição para máquinas utilizadas na produção, como colheitadeiras, tratores, entre outros. Segundo informações fornecidas pelo mauritano por email à ANBA, ele veio ao Brasil para conhecer o país e saber que tipo de negócios pode fazer.

Os demais países representados foram Burundi, Benin, Burquina Faso, Camarões, Costa do Marfim, Etiópia, Gana, Mali, Nigéria, Ruanda, Senegal, Serra Leoa, Tanzânia e Uganda. O Africa Rice, que eles integram e que liderou a viagem, é bancado pelo governo do Japão e tem como objetivo promover a cooperação internacional na área e assim fomentar a produção de arroz nos países africanos.

De acordo com Fragoso, a Embrapa tem parceria com países africanos para cooperação e transferência de tecnologia na área de arroz e a visita fez parte destas ações. A ideia é ajudar os países africanos a combaterem a fome. Segundo o pesquisador da Embrapa, a realidade da produção de arroz no Tocantins é bem diferente da africana, em tecnologia, variedades e qualidade. O Brasil, segundo ele, está bem mais avançado.

Na agenda, visita a grandes empresas

“Eles tiveram oportunidade de ver in loco como acontece [a produção de arroz no Brasil]. Abriu a visão deles para uma realidade mais avançada”, afirmou Fragoso. O arroz cultivado no Tocantins, assim como nos estados brasileiros do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, é irrigado por inundação. Em Goiânia eles chegaram a conhecer algum cultivo em terras altas, sem irrigação, um modo mais usado nos países da África. “Há risco climático porque depende só da chuva”, diz Fragoso, sobre essa última opção, hoje pouco usada no Brasil.

Os africanos tiveram oportunidade de conhecer áreas produtoras e indústrias, ambas de pequeno e grande porte. Eles ouviram palestras de profissionais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Secretaria de Agricultura do Estado do Tocantins, conheceram as beneficiadoras, fazendas, laboratórios e tiveram contato com fabricantes de maquinário voltado para a produção de arroz.

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