Mesmo em época de colheita, mercado rizicultor gaúcho está em alta
Nas duas últimas semanas, os negócios estiveram travados, com produtores retendo o cereal e o mercado absorvendo todo o ofertado.
O mercado de arroz, principalmente no Rio Grande do Sul – maior produtor do cereal no Brasil -, está em alta. Apesar de ser o período de colheita, os preços médios no Estado gaúcho estão significativamente elevados, o que não corresponde à normalidade, pois, tradicionalmente, em épocas de colheita o valor da saca de 50 quilos cai devido à maior oferta.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado João Gimenez Nogueira, alguns motivos justificam essa sustentação. “Um deles é a diversificação pelos produtores, que, além do cultivo de arroz, passam a plantar outras culturas como a soja. Com isso, foi possível vendê-la antes para fazer receita e conseguir ‘segurar’ o arroz por mais tempo, diminuindo a oferta e elevando os preços, embora a demanda se mantenha”, explica.
No Rio Grande do Sul, a colheita está praticamente finalizada, com um total de 95,15% da área colhida, com alguns atrasos somente nas regiões onde houve chuva justamente no período da colheita, como na Depressão Central.
O analista de SAFRAS pontua que, como a safra está sendo concluída, “é esperado que tenhamos um bom final de colheita, apesar dos grãos chochos que foram colhidos e dos problemas climáticos”. Ele afirma que, apesar disso, a produtividade tem sido significativamente boa e a qualidade dos grãos também.
Nas duas últimas semanas, os negócios estiveram travados, com produtores retendo o cereal e o mercado absorvendo todo o ofertado. “Nos últimos dias, porém, notou-se maior movimentação, pois os agricultores começaram a vender o produto para fazer nova receita e para aproveitar o preço alto para a época”, comenta Gimenez. Com isso, começaram a ser exportadas algumas sacas de arroz em casca, o que também auxiliou a manter o preço. Em relação às exportações de arroz quebrado, a África ainda possui demanda mensal alta para a variedade.