Falta de chuva preocupa produtores de arroz do Vale do Paraíba

 Falta de chuva preocupa produtores de arroz do Vale do Paraíba

Produtores de arroz do Vale do Paraíba temem que estiagem piore resultados da colheita

Estiagem pode prejudicar o desenvolvimento do arroz e gerar perdas. Na última safra, o índice de perda de produtos pela seca foi de 25%..

O período de estiagem tem deixado produtores de arroz do Vale do Paraíba apreensivos com a próxima colheita do cereal no começo de 2015. Com condições climáticas piores do que na última safra, quando o índice de perda de produtos motivada pela falta de água foi de 25%, a categoria teme que o prejuízo aumente ainda mais na próxima colheita.

Atualmente, o Vale do Paraíba é o maior produtor de arroz de São Paulo, que ainda compra o cereal de outros estados, como Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

O período ideal para o plantio de arroz ocorre entre fim de agosto e início de outubro e as colheitas geralmente acontecem entre janeiro e fevereiro. Na região, a plantação de arroz por meio de inundação é tida entre os produtores como vocação natural, devido ao solo de várzea, mas a falta de chuva prejudica o desenvolvimento do arroz. Com isso, a estiagem prejudica não só a quantidade do cereal produzido, quanto a qualidade do arroz.

“Essa seca está acima do esperado. Isso está comprometendo a safra atual e pode comprometer o rendimento. Associado ao fator climático, existe uma incerteza em relação a eventuais medidas de Governo. A demanda de água existe e os produtores temem que haja algum tipo de restrição de uso”, disse Fábio Vasconcellos, presidente da Cooperativa dos Produtores de Arroz do Vale do Paraíba (Coopavalpa).
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Com receio de perdas excessivas na safra atual, os produtores de arroz cobram medidas do Departamento de Águas e Energia Elétrica, que pode estabelecer novas regras de uso de água por outras fontes e definir um plano de emergencial.

“Queremos normas bem claras com relação ao uso de água. Têm que ser estabelecidos critérios de utilização, afinal, sabemos que a prioridade do uso é para abastecimento de casas e funcionamento de indústrias. Não podemos correr o risco de sermos penalizados”, disse.

A cooperativa reúne 45 produtores de arroz, que corresponde a cerca de 70% do total de cultivos do Vale do Paraíba, um dos maiores produtores do cereal no Estado. Entre as principais cidades produtoras de arroz estão Guaratinguetá, Pindamonhangaba, Tremembé, Taubaté, Caçapava e Pindamonhangaba. A média de produção na região é de cerca de 600 mil sacas ao ano.

Por meio de nota, o Daee informou que na última semana realizou duas reuniões com a finalidade de discutir a administração de água, crise de estiagem e possíveis soluções com os produtores de arroz da região. O órgão informou ainda que sempre prestou assistência técnica e legal aos rizicultores do Vale do Paraíba.

 

2 Comentários

  • Nossa região vem sofrendo muito com a estiagem esse ano e segundo tendências e modelos climáticos, trata-se de um período cíclico com o agravamento da diminuição da umidade provinda da Floresta Amazônica.
    Com o desmatamento recorrente histórico, a absorção, retenção e evapotranspiração na região amazônica vêm comprometendo o aporte de umidade para a região sudeste.
    Os estados do Sul, que contam com aportes de umidades provindos da Antártida, e pouco dependem dos amazônicos, a priore, sofrerão menos com o processo pelo qual passa principalmente, o estado de São Paulo. A atividade orizícola paulista precisa se reinventar, buscar sementes mais resistentes a estiagem, e ou, mudar o sistema de plantio. Já os estados RS e SC, no meu modo de ver, deveriam, mais do que nunca serem estimulados e protegidos pelo estado, para que a cultura do cereal não seja atacada com as atuais políticas populistas que tanto definham o setor. Ora, se os estados do sul têm tradição, suporte ambiental, relevo propício e área, porque não se faz um plano contingenciado e integrado, para que os estados referidos sejam cada vez mais os principais fornecedores de arroz?
    A falta d’água é um fator muito importante para decisões do poder público, visando melhor atender a população, que só se faz, com a inteligência na hora de delimitar ações referentes as áreas de cultivares e suas melhores características.

  • Realmente o desmatamento da amazônia é preocupante, não só pela falta de chuvas como também é responsavel pela regularizacão das temperaturas onde o risco de ciclones no pais tende a aumentar. Quanto seca pro arroz não adianta sementes resistentes, uma vez que neste caso plantam arroz irrigado, ajudaria se plantassem sequeiro e dessem uns banho de emergência. Onde possïvel seria o caso de construir barragens, mas dependeria de muita vontade política, e neste caso estamos perdidos!!!

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