Foco no consumo doméstico

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Produtores do MT: de olho na qualidade do cereal

Qualidade dos grãos é determinante para aumentar o consumo
de arroz do MT
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Os produtores do Mato Grosso deverão colher 593,5 mil toneladas de arroz no período 2014/15, conforme o quarto levantamento da safra de grãos divulgado em janeiro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A área cultivada no estado foi quase 5% superior em relação à safra passada. A produtividade terá queda em relação ao último levantamento, estimada em 3,2 toneladas por hectare.

O presidente do Sindicato Estadual das Indústrias de Arroz do Estado de Mato Grosso (Sindarroz – MT), Lazaro Modesto de Moraes, observa que nos últimos dois anos houve uma retomada do interesse pelos produtores, sobretudo no norte do estado, onde a produção orizícola é mais forte. “Em outras regiões o arroz segue sendo utilizado na recuperação de pastagens e na rotação de culturas com a soja, aonde vem apresentando melhores resultados que o milho. Este sistema de rotação tem contribuído para aumentar o rendimento da soja entre 10% e 12%. Com isso, muitos produtores estão entendendo que o arroz de terras altas é rentável e apresenta um custo menor se comparado à soja”, observa o dirigente.

Lazaro Modesto de Moraes, que é empresário e proprietário da Rei Alimentos, em Rondonópolis (MT), assumiu o comando da entidade em dezembro do ano passado, em substituição a Ivo Fernandes (eleito para o triênio 2013-2016), que pediu afastamento. “Vamos continuar trabalhando para unir a cadeia produtiva, buscando conciliar interesses dos setores produtivo e industrial. Neste aspecto, há muitos fatores positivos contribuindo para que possamos atingir essa meta. Houve um salto na qualidade do arroz produzido no estado, o que acabou fortalecendo a indústria”, afirma.

Conforme Moraes, os preços pagos aos produtores pelo arroz de qualidade, na faixa de R$ 44,00 e 45,00 a saca de 60 quilos neste início de 2015, estão remunerando bem e o volume a ser colhido será mais do que suficiente para abastecer o consumo doméstico. “Embora o arroz produzido aqui também abasteça alguns mercados em Goiás, Rondônia e Pará, o foco da nossa produção permanece sendo o mercado interno”, explica.

MAIS COMPETITIVIDADE
De acordo com um estudo recente realizado pela pesquisadora Michela Chaves, da Embrapa Arroz e Feijão, de Santo Antônio do Goiás (GO), 87% do arroz beneficiado em Mato Grosso é comercializado dentro do próprio estado. O trabalho, que teve início em 2013, foi realizado nas seis maiores cidades mato-grossenses e 40 indústrias foram pesquisadas.

Na avaliação do analista da Embrapa Arroz e Feijão, Carlos Magri, o estudo mostra ainda que o arroz empacotado no estado está mais bem distribuído em mercados e hipermercados, e atende a todas as classes sociais, quando comparado com as marcas que vêm de fora. “Os dados levantados pela pesquisa mostram que houve um fortalecimento da indústria. Com isso, aumentou a competitividade e as marcas locais ganharam espaço nos supermercados e na mesa do consumidor. É claro que a evolução da qualidade dos grãos também foi preponderante para aumentar o consumo do arroz produzido e envasado no estado”, acrescenta.

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