Mais fôlego

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Exportações brasileiras
alcançam superávit de
quase 340 mil toneladas
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A balança comercial brasileira de arroz atingiu em dezembro de 2014 o maior superávit mensal dos últimos 35 meses. Os dados foram divulgados em janeiro de 2015. No acumulado destes 10 meses do ano comercial (março a dezembro/2014), o volume de arroz exportado supera em 340 mil toneladas o total importado, em base casca.

Em dezembro, a exportação brasileira de arroz atingiu sua maior intensidade desde junho de 2012, afirma Tiago Sarmento Barata, da Agrotendências Consultoria em Agronegócios, que dias após foi nomeado diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) indica a venda de 176,7 mil toneladas (base casca), equivalente a 30% do volume escoado pelo Rio Grande do Sul nos 10 meses do ano comercial.

Em relação a novembro, o crescimento foi de 54,7%. Embarques de arroz beneficiado para Iraque, Cuba e Benin foram os destaques, envolvendo, respectivamente, 30 mil toneladas (44,1 mil toneladas, base casca), 26,6 mil toneladas (39,1 mil toneladas, base casca) e 15,8 mil toneladas (23,3 mil toneladas, base casca). A valorização do dólar, a vitória em licitações do Iraque e um esforço exportador das empresas locais fazem a diferença na temporada que encerra em 28 de fevereiro.

Nestes primeiros 10 meses foram exportadas 1,069 milhão de toneladas. Os principais clientes foram Senegal (13%), Venezuela (11%), Cuba (11%) e Gâmbia (11%). Mantida a média mensal de 106,9 mil toneladas/mês em janeiro e fevereiro de 2015, o Brasil encerrará o ano comercial exportando 1,280 mil toneladas, 200 mil a mais que na temporada anterior.

A preocupação do setor para 2015 está em três frentes: a reforma do cais do Porto de Rio Grande, que fechou o terminal arrozeiro da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa), até meados do ano – o que exige a abertura de espaço em outros terminais privados, a criação de uma taxa de internalização do arroz na Costa Rica, que se tornou importante cliente brasileiro nos dois últimos anos, que não incide sobre o arroz dos Estados Unidos por força de um tratado de livre comércio, e a reaproximação dos Estados Unidos com Cuba, que atualmente compra 10% do arroz embarcado nos portos brasileiros. O custo de produção alto também reduz a competitividade do cereal brasileiro no exterior, onde os preços estão em queda.

IMPORTAÇÕES
O Brasil importou 36,2 mil toneladas (base casca) de arroz em dezembro de 2014, o menor volume desde dezembro de 2008. No ano comercial, as compras no exterior acumulam 729 mil toneladas e o Paraguai é origem de 53%, seguido de Uruguai (21%), Tailândia (12%) e Argentina (11%). Mantida a média, o Brasil deverá importar 875 mil toneladas, 125 mil abaixo da previsão do governo federal, de 1 milhão. O Paraguai aumentará a área, mas Argentina e Uruguai diminuirão, reduzindo a pressão de oferta no Mercosul. É fundamental que o governo gaúcho mantenha o crédito presumido do ICMS para o arroz adquirido pelas indústrias de produtores gaúchos.

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