Porto de Rio Grande destaca obras para ampliar embarques de arroz

O representante da empresa Tranship, Fernado Fuscaldo, salientou a importância de impedir que o terminal da Cesa em Rio Grande fique inoperante por quatro anos.

O Superintendente do Porto de Rio Grande, Janir Branco, juntamente com o diretor Técnico, Darci Tartari, e de Infraestrutura, Paulo Somensi, participaram do painel Infraestrutura e
Logistica: Reflexos na Competitividade do Arroz, durante o Fórum Internacional: O Arroz na Segurança Alimentar, dentro da programação da Expoarroz 2015, na tarde de ontem (7), em Pelotas (RS).

Eles destacaram as obras que estão em andamento visando melhorias no porto. "A primeira envolve a modernização do cais do porto público, da ordem de R$ 97 milhões, e o segundo um projeto de dragagem e de manutenção e calagem no porto e superporto, estimado em R$ 370 milhões. Esses investimentos prometer melhorar a estrutura do porto, beneficiando também os embarques da cadeia produtiva do arroz", destaca Branco.

Conforme o superintendente, o Porto de Rio Grande já identificou o arroz como um dos principais produtos para aprimorar a movimentação portuária. "Também estamos trabalhando diretamente interligados com o Porto de Pelotas para melhorar essa logística", afirma. Ele garantiu aos produtores e exportadores que o governo do Estado está empenhado em atender as demandas de melhorias na infraestrutura portuária e na oferta de serviço apresentadas pelo setor arrozeiro.

O diretor Técnico Darci Tartari destaca que a obra de modernização do cais do Porto Novo irá permitir maior segurança para a operação e permitir navios de maior porte. "Hoje recebemos navios de até 30 pés, e após a obra, essa capacidade será ampliada para 40 pés. Com cada pé a mais é possível aumentar a capacidade de utilização de um navio de até duas mil toneladas de carga, o que resultará em uma ampliação das escalas de embarques e resultará em um menor custo às empresas", salienta.

O diretor de Infraestrutura, Paulo Somensi, garantiu que o Porto de Rio Grande tem o interesse de ser o grande facilitador das cadeias produtivas visto que é de interesse da autarquia que a produção passe pela estrutura gaúcha. "Esse é o nosso trabalho, de ser o mediador dessas relações para sermos competitivos e atendermos da melhor forma a produção do Rio Grande do Sul", concluiu.

Participando como debatedor do painel, o diretor técnico e comercial da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa), Lúcio do Prado Nunes, explicou a importância do terminal da empresa no Porto do Rio Grande, voltado às exportações de arroz. "O Rio Grande do Sul está exportando a maior safra de soja da história, mas mesmo assim, neste mesmo período, foi possível embarcar 90 mil toneladas de arroz nos últimos quinze dias", comenta.

Falta no Brasil política de estado voltada à logística

O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Mario Pergorer, destacou que falta no Brasil uma política de estado voltada à logística, que possibilite um pleno escoamento da produção. "Faltam ferrovias para o transporte entre Porto Alegre ao Porto de Rio Grande. Nem mesmo a estrada ainda é duplicada, o que dificulta a logística. Precisamos de um planejamento de curto, médio e longo prazo entre a iniciativa pública e
privada para que as questões possam ser resolvidas", comenta.

Na avaliação do representante da Louis Dreyfus Commodities, Matheus Pinto, a utilização do Porto de Pelotas vem sendo essencial para o funcionamento da cadeia produtiva do arroz, embora isso ainda gere um custo maior aos procedimentos para escoamento da safra. "A situação é dramática, pois não estamos mais com armazéns em Rio Grande para o arroz", informa.

O representante da empresa Tranship, Fernado Fuscaldo, salientou a importância de impedir que o terminal da Cesa em Rio Grande fique inoperante por quatro anos. "A obra no porto está prevista para duas etapas, de dois anos cada uma. Esperamos que ao fim da primeira etapa investimentos no terminal da Cesa estejam prontos para que ele possa atender aos interesses de tradings e indústrias", pontua.

O presidente do Sindicato da Indústria do Arroz no Rio Grande do Sul (Sindarroz), Elton Doeler, questionou o fato de cada estado da Federação dispor de alíquotas de impostos diferentes, além das sérias mudanças adotadas pelo governo federal na política de juros para investimento. "Encerramos o ano passado com juros de 3,5% a 5% e na virada essa taxa
praticamente dobrou. A oferta de crédito, antes disponível também sumiu, o que traz inúmeras dificuldades para um setor que tem produtores eficientes e uma indústria que é modelo para o mundo", desabafa.

Já o superintendente do Porto de Pelotas, Cláudio Oliveira, destacou os investimentos que vem sendo feitos em parceria com a iniciativa privada com os serviços de dragagem na área de acesso ao porto. "Temos uma área para expansão portuária de 16.300 metros quadrados. Isso permitirá uma ampliação da área de armazenamento de grãos, bem como na movimentação de cargas, elevando a capacidade de operação para até 1,2 milhão de toneladas por ano", conclui.

3 Comentários

  • Vejam que dado interessante, dizem vozes interessadas em que o arroz em casca não suba e atinja um preço razoável, que as exportações diminuíram.
    Estamos vendo com a declaração do diretor técnico e comercial da CESA , sr. Lúcio Prado Nunes, que este tipo de informação é totalmente infundada e plantada na mídia com interesses obscuros e completamente distorcidos com o fim de passar uma falsa informação a população consumidora.
    90 MIL TONELADAS embarcadas em 15 dias não é pouca coisa.
    Já estamos cheios e com nojo de notícias divulgadas por órgãos como, IRGA, EMATER, CONAB, IBGE e etc que fazem questão ano após ano falarem em safras cada vez maiores, com produtividades muito aquém da realidade, super estimadas e utópicas, com a finalidade de influenciar o mercado e prejudicar o produtor.

  • Sr Carlos,parece que ta todos contra os arrozeiros,no globo rural ,um domingo eles relataram todos os preços dos cereais,menos os preços do arroz ,parece que somos os bandidos do Brasil.

  • das obras mencionadas a maioria se refere ao aumento do calado e melhorias na infraestrutura geral do porto,porém o grande gargalo p o arroz não seria a impossibilidade de ser exportado beneficiado a GRANEL????será que existe algum projeto neste sentido??

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