Conab confirma produção maior em 2015
Organismo governamental indica colheita de 12,432 milhões de toneladas na temporada 2014/15, com alta de 2,6%.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta terça-feira, em seu 11º levantamento da safra brasileira de grãos 2014/15, ratificando o aumento da produção nacional de arroz em 2,6%. Segundo o organismo governamental, a colheita nacional alcançará – pois ainda há produtores colhendo no Norte e Nordeste, principalmente áreas de sementes – 12,432 milhões de toneladas. Em 2013/14 foram colhidos 12,121 milhões de toneladas, ou 311 mil t a menos.
A nova contabilização é 67 mil toneladas inferior ao levantamento divulgado em julho, de 12,499 milhões de toneladas. O avanço se deve à produtividade, uma vez que a área semeada caiu 3,75% na temporada, especialmente nos Estados centrais do Brasil, para 2,283 milhões de hectares. O aumento de área no Rio Grande do Sul, com a alta produtividade obtida, compensou o recuo em área com resultado em grãos. Com isso, a Conab indica um rendimento émdio por hectare de 5.443 quilos por hectare, em avanço de 6,6%.
ESTADOS
A safra gaúcha foi fundamental neste crescimento produtivo, batendo na casa de 8,62 milhões de toneladas, registrando uma colheita 6,3% maior em relação à temporada 2013/14. Os produtores, apesar das dificuldades climáticas na hora do plantio e a evolução dos custos de produção, especialmente energia, apostaram na manutenção da estabilidade de preços e custos das três safras anteriores. Com isso, a superfície semeada, segundo a Conab, teria se mantido em 1,120 milhão de hectares.
Mas, o rendimento saltou para 7,7 mil quilos, ou 6,3%. Santa Catarina registra recuo 0,9%, para 1,06 milhão de toneladas produzidas e caracteriza-se por um avanço nas mudanças do sistema de produção, hoje já representado por 60% de área em sistema pré-germinado e outros 40% em cultivo mínimo, e segue como segundo maior produtor do País, atrás apenas da lavoura gaúcha. Com um perfil agrário de pequenos produtores, que buscam maior renda, algumas áreas pontuais estão deixando a produção arrozeira em busca de projetos alternativos.
O Estado do Tocantins assume definitivamente a terceira posição na produção de arroz no Brasil. Com sistema produtivo que mescla áreas irrigadas e zonas de produção de arroz em terras altas, o Estado deverá alcançar 604,2 mil toneladas do cereal em casca, um avanço de 11,1%, baseado no aumento da superfície cultivada – de 113,9 para 127,5 mil hectares. A área cresceu 11,9%, enquanto a produtividade caiu 0,7% para o rendimento de 4.739 quilos por hectare. Enquanto isso, o Mato Grosso, que tem seu cultivo alicerçado na produção de terras altas, terá uma safra 1% menor, em 573,3 mil toneladas.
Essa retração se deve a dois motivos básicos, o avanço da soja nas áreas de cultura de verão para compor a segunda safra com milho, e uma regulação da oferta para a capacidade da indústria estadual. A área no Mato Grosso foi retraída em 0,7%, para 175,1 mil hectares e a produtividade caiu 0,3% por causa de alguns veranicos e atraso na entrada das chuvas, principalmente, para 3.274 quilos por hectare.
A decepção do levantamento, mais uma vez, fica por conta do Maranhão, que a Conab projetava ter condições de alcançar até a terceira posição de maior produtor de arroz do Brasil nesta safra, mas novamente essa expectativa baseada em área cultivada e projeção do uso de maior tecnologia não se confirmou. A baixa tecnologia aplicada na maior parte das áreas, muitas delas destinadas apenas ao autoconsumo, em produção de sequeiro, roças de toco, vazantes e assemelhados, acabam jogando a produtividade para baixo.
Assim sendo, o grande produtor nordestino reduziu em 10% sua área plantada, para 349,8 mil hectares. A produtividade também caiu de 1.692 para 1.429 quilos por hectare, ou 15,5%. A soma foi uma queda de 24,1% na produção, estimada em 499,9 mil toneladas, diante das 658,4 da temporada anterior. A evolução do nível de exigência dos consumidores maranhenses, que adquirem produtos do Tocantins, Goiás, e do Sul do Brasil, também limita a produção no Estado. Hoje o consumidor do Nordeste não aceita mais grãos amarelados, médios, de baixa qualidade e fazem escolha pelo “agulhinha” do Sul, segundo cerealistas da região.
OFERTA E DEMANDA
A Conab segue projetando um ligeiro aumento nas exportações brasileiras de arroz nesta temporada, pouco mais de 60 mil toneladas para o total de 1,25 milhão de toneladas, e a queda da importação, também em torno de 60 mil toneladas. Mesmo com esse avanço de 120 mil toneladas nos cálculos, estima que o Brasil terá o seu menor estoque de passagem em mais de 10 anos, em 754,6 mil toneladas.
Os estoques públicos atualmente estão em 125,8 mil toneladas, mas devem reduzir em pelo menos 10% a título de õdoaçes internacionais e atendimento à demandas pontuais de programas sociais. Mas, em contrapartida, o governo está adquirindo o cereal de produtores familiares para tais programas e que podem manter o estoque público em nível de estabilidade.
8 Comentários
Que bom que o nordestino não aceita grãos amarelados, pois assim não corre o risco de consumir arroz podre e contaminado de outros paises. Onde tá zelando pela saúde e prestegiando nosso ARROZ DE QUALIDADE PRODUZIDO AQUI NO BRASIL.
Grande parte de produtores gaúchos, tenho certeza aceitariam de bom grado doações da CONAB de arroz base casca mesmo, para venderem as indústrias e melhorarem suas combalidas finanças.
Preterir brasileiros para doações internacionais favorecendo povos estrangeiros e uma aberração.
Tanto se falou no ano passado em diminuir o plantio,pelo jeito os gaúcho devem estar nadando em dinheiro para plantar tanto e com preuízo. Deve ser para ter comida barata pro povão.
Pois é Seo Jaime ,até eu me surprendi, porque no nosso povoado reduzimos as áreas em 70% , de 580hec não chegou a 200hect. Mas deve ser porque os estoques públicos estavam baixos e esperavam que o preco reagissem, mas esqueceram que os precos internacionais estavam em queda, e sem falar dos leilões terroristas. Portanto custa as pessoas aprenderem a fazer sua parte, só qdo sentirem no bolso, qdo já será tarde demais. Mas quem plantou soja tá mais tranquilo.
A gauchada que plantava até 65-66-67% do arroz brasileiro não vai repetir a área; quem ainda duvida que haverá diminuição de 10 a 20% procure se informar com os fornecedores de sementes, fertilizantes e outros insumos para o plantio.
Cada um tem que fazer sua parte e não espera que o vizinho faça.
Na Depressão Central e Fronteira-Oeste a redução será da casa de 10 a 15%… Gradualmente ano a ano vai subir… O pessoal que não domina a cultura da soja na varzea está optando pela pecuária… Vender (dar) arroz a 30 pila ninguém quer mais… Assim como não querem nem ver falar o nome de certos políticos e representantes de classe… Adubo, uréia e herbicidas tiveram seus preços majorados em dólar… Seu Juarez Petry até vai ter um pessoal que manterá a mesma área do ano passado, mas vai usar menos sementes, menos fertilizantes, menos empregados, menos tudo… Consequência: VÃO COLHER BEM MENOS !!! Mas não tardará para que os órgãos oficiais venham a público que a área cultivada será a mesma do ano passado, talvez 1% a mais, talvez 1% a menos… Mal sabem eles que isso não funciona mais… Deixem chegar o outubro e vocês vão ver o desespero atrás de arroz… Vão querer pagar R$ 40… Mas e como fica quem vendeu 70, 80% da safra a R$ 30… Não fica???… PROBLEMA DE GESTÃO??? Vendendo arroz a R$ 30 é a problema de INDIGESTÃO meus amigos… Quem estiver em dúvida não plante arroz, não aumente área… Ano passado avisei aqui… Pedi aqui… Alguns ouviram e grudaram soja… Não tão ricos, mas também não devem um vela para cada Santo… Se atraquem que nem matungo em banhado para ver o que sobra no ano que vem… Mas nem vendendo a R$ 50 esse pessoal que planta arroz com CPR vai se endireitar… O passivo é histórico… Está na hora de ouvir o que diz a razão e não a emoção… Vamos baixar a crista, enxergar nosso próprio terreiro… E se um dia a coisa voltar a ser como antes de 1986, talvez possamos ter dias melhores… Otimismo não pode significar ilusão e nem o pessimismo a decepção… Saibamos perder uma batalha para que não percamos a guerra… Quanto tivermos o respaldo do governo, quando tivermos uma política tributária justa, quando tivermos um Porto (não precisa nem ser o de Muriel), quando tivermos um governo que apoie a produção nacional, com juros justos, quando a indústria for nossa parceira de verdade, quando acabarem com a concorrência predatória, etc… talvez plantar arroz seja um bom negócio… Até lá o pessoal deveria ficar que nem tatu… escondidinho lá no fundo da toca !!! abraço… e boa chuvas…
SENHOR FLAVIO COMO PODE VIR DE UMA CABEÇA SÓ TANTAS VERDADES.