Devagar e sempre

Exportações brasileiras retraem em cenário global mais difícil, mas o esforço é mantido

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O comércio mundial de arroz vem demonstrando uma queda substancial nos primeiros seis meses do ano em meio a um cenário de desvalorização cambial, melhores safras nos grandes importadores e os principais fornecedores internacionais com retração nos negócios.

O cenário econômico e de safra afeta desde os gigantes do comércio global, como Tailândia, Índia e Vietnã, até exportadores tradicionais, como Paquistão, Uruguai e Argentina, país que só conseguiu escoar metade dos volumes alcançados no primeiro semestre em 2014.

O Brasil, apesar de também sentir a menor demanda dos seus tradicionais clientes, mantém volume razoável de embarques, negócios em prospecção e superávit na balança comercial do arroz. Como o grande importador do Mercosul, o Brasil também reduziu sua demanda, e isso vem afetando seus parceiros comerciais.

Refletindo este esfriamento comercial, a participação brasileira em junho resumiu-se ao embarque de 49,8 mil toneladas de arroz em base casca e à internação de 37,3 mil toneladas. Os volumes são inferiores à metade das médias regularmente obtidas no período em outros anos comerciais.

Desde o início do ano comercial 2015/16, em março último, até junho, o volume de arroz importado é de 182,2 mil toneladas, o que representa cerca de 60% da matéria-prima adquirida no mesmo período do ano passado.

Por outro lado, as exportações somaram 413,7 mil toneladas, mas com queda de quase 20%, ou 90 mil toneladas, nos quatro primeiros meses. Apesar da menor intensidade comercial, o superávit da balança comercial brasileira de arroz chegou a 231,5 mil toneladas,cerca de 50 mil toneladas acima do saldo positivo observado no mesmo período em 2014.

O Paraguai continua sendo a principal origem do arroz importado pelo Brasil, com 71% do volume internalizado neste ano comercial. Argentina (28%), Uruguai (8%) e Guiana (3%) são os outros. Já com relação às exportações, 94% do volume embarcado foi de arroz beneficiado ou quebrado e outros 6% em casca e descascado. Cuba, Iraque e Serra Leoa são os principais clientes do Brasil.

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