Projeto de fôlego

 Projeto de fôlego

Embrapa e empresas privadas testam variedades adaptadas à região

Tecnologia é a base para o Tocantins atingir a meta de produzir 1,2 milhão de toneladas do cereal em 10 anos.

O estado do Tocantins está desenvolvendo um projeto que visa qualificar tecnologicamente a produção de grãos e elevar a representatividade regional na safra brasileira. Por meio da tecnologia, a expectativa do governo estadual é dobrar a produção de arroz tocantinense em 10 anos, de 600 mil toneladas para 1,2 milhão de toneladas. Atualmente, soja, milho e arroz são culturas em expansão no território do Centro-Oeste.

O governo do estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Instituto de Desenvolvimento Rural (Ruraltins) e do departamento de pesquisa agropecuária da Fundação Universidade do Tocantins (Unitins Agro), começou em junho passado um levantamento para conhecer as demandas no setor de produção de arroz.

O diagnóstico servirá de base para a implantação do programa de fortalecimento da cadeia produtiva, que prevê metas para os próximos 10 anos. As visitas iniciais foram realizadas exatamente nos grandes municípios produtores: Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia.

Segundo o engenheiro agrônomo da Seagro, Genebaldo Queiroz, a intenção do levantamento é identificar as demandas para incentivar a cadeia orizícola. “Voltaremos as atenções para dois eixos principais: ampliação da área de plantio e as tecnologias aplicadas para alcançar alta produtividade do arroz e, posteriormente, planejaremos as estratégias do programa de aumento da produção da orizicultura”, adianta.

A meta do governo para o período 2015 a 2025 é alcançar altos índices de produtividade com tecnologias avançadas visando um crescimento de 60% na área plantada e aumento em 50% no cultivo de terras altas e 20% nos cultivos irrigados.

“O objetivo é colher 1,2 milhão de toneladas por temporada em 2025, já que as condições de solo, clima e água são ideais para a orizicultura e contamos com produtores bastante motivados e com bom nível tecnológico. Além disso, o Tocantins está em posição estratégica para atender mercados do Centro-Oeste e os grandes centros consumidores do Nordeste e até mesmo do Sudeste”, projeta Queiroz.

Para isso, tecnologias para grandes produtividades em áreas irrigadas do Sul serão adaptadas e será buscado o que há de melhor em variedades e manejo para o arroz de terras altas. “Hoje, existem variedades de terras altas produzindo mais de 5 mil quilos por hectare de média e com rendimento de engenho superior a 60% de grãos inteiros. É neste patamar que queremos chegar, estabelecendo novo conceito referencial de qualidade para os centros consumidores”, explica Genebaldo Queiroz, da Seagro (TO).

FIQUE DE OLHO
Nas estratégias de implantação do programa constam diversos incentivos, orientações na escolha da semente para o plantio e a comercialização do arroz. No plano de ações estão inseridas as seguintes metas: difundir as culturas de arroz adaptadas, incentivar produtores e beneficiadores de sementes a produzirem sementes certificadas, apoiar projetos de pesquisas e unidades demonstrativas e incentivar o fortalecimento da industrialização da produção no estado, dentre outras ações de incentivo.

O Tocantins é atualmente o terceiro maior produtor de arroz irrigado do Brasil e a expectativa é de que a produção aumente mais 22 mil toneladas nesta safra. Já o arroz sequeiro terá um crescimento maior, 21,4%. A área destinada para o plantio destes dois tipos de arroz também tem previsão de crescimento de 3 mil hectares.

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