Na base da força

Arroz gigante será a base
do sistema de produção
de etanol da USI

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A produção de etanol a partir do arroz no Rio Grande do Sul poderá ser viabilizada através de uma empresa local com tecnologia internacional: a Usinas Sociais Inteligentes (USI) Biorefinarias. A USI pretende instalar até 2021 15 usinas de álcool-combustível no estado usando o arroz gigante desenvolvido pela Embrapa Clima Temperado como matéria-prima. O presidente da biorrefinaria, Francisco Mallmann, é um entusiasta da variedade.

O grão também pode ser aproveitado como ração animal e a casca, colocada em caldeiras para a geração de eletricidade. A variedade tem potencial de produção 30% superior às existentes e concentração de 10% a mais de amido, que favorece a fabricação do combustível.
A disponibilidade de sementes para a primeira temporada de cultivo é de 250 toneladas, o suficiente para semear 1.200 hectares.

Testes já foram realizados, mas a produção em escala, a partir da primeira colheita, acontecerá no complexo industrial instalado em São Gabriel (RS). A unidade tem capacidade para 5 mil litros de etanol ao dia e, mediante ampliação, é projetada para 30 mil litros diários. A usina tem os licenciamentos necessários e aguarda matéria-prima para operar. A estrutura funciona com diversas matérias-primas.

Cada um dos 15 complexos projetados, que serão instalados nas regiões arrozeiras, terá capacidade média para a fabricação de 20 mil a 30 mil litros de etanol por dia. O investimento é estimado em R$ 20 milhões – com alguma variação, dependendo da taxa cambial – e vai gerar 35 postos de trabalho. Depois da ampliação em São Gabriel, a próxima usina deverá ser construída em Itaqui ou Maçambará. Cada usina implicará a plantação de arroz gigante em 1,5 mil a 2 mil hectares.

Francisco Mallmann conta coma parceria da cooperativa norte-americana CHS, que garantirá a comercialização total da produção das usinas por 10 anos. O dirigente detalha que não significa que o combustível será exportado aos Estados Unidos, mas será procurado o melhor mercado, seja o brasileiro ou mundial. A proposta do trabalho é de que os dois negócios andem juntos, por meio de operações de barter do etanol, com o fornecimento de adubo em troca de biocombustível, nos moldes do que ocorre com o produtor de grãos.

A CHS exige, porém, que o rizicultor observe um teto de 20% com arroz gigante na sua área cultivada com o cereal. O projeto também inclui a fabricação de álcool no Mato Grosso utilizando o milho como matéria-prima. Juntas, as 15 usinas da USI no Rio Grande do Sul, uma vez instaladas, terão capacidade para produzir 105 milhões de litros do biocombustível. A projeção é de que em três anos haja o cultivo de 5 mil hectares, que devem alcançar 23 mil hectares em seis ou sete anos. Claro que a crise econômica poderá alongar os planos.

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