Safra de arroz ficará abaixo de 11 milhões de toneladas
Conab projeta produção de 10,998 milhões na temporada 2015/16, a menor em 13 safras
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O impacto do fenômeno climático El Niño sobre a safra de arroz do Brasil foi maior do que o inicialmente imaginado, e levará a uma produção inferior a 11 milhões de toneladas do cereal nesta temporada. Desde a safra 2002/03, quando produziu apenas 10,367 milhões de toneladas, o País não tinha um resultado de colheita tão baixo. O oitavo levantamento da safra brasileira de verão 2015/16 foi divulgado na manhã desta terça-feira (10/5) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A previsão é de que o Brasil alcance uma produção de 10,998 milhões de toneladas, consolidando uma queda de 11,6% diante das 12,436 milhões de toneladas colhidas no ciclo 2014/15.
O volume é quase 170 mil toneladas menor do que era esperado no levantamento de março, divulgado no início de abril: 11,167 milhões de toneladas. A safra é menor em consequência da redução de 12,9%, ou 295 mil hectares, na superfície a ser colhida, para 2,000 milhões de hectares. A produtividade média nacional aumentou, mas o percentual de 1,5% não foi suficiente para compensar a redução da área plantada. A Conab estima que serão colhidos 5.499 quilos por hectare, 80 quilos a mais do que em 2015.
A expectativa é de que os números possam reduzir mais ainda nos próximos levantamentos, pois para o Rio Grande do Sul, principal estado produtor do Brasil, a Conab prevê a safra de 7,697 milhões de toneladas (-10,7%), mas as entidades locais e boa parte dos produtores esperam um resultado inferior a este volume. A área oficialmente prevista pelo organismo federal reduziu 3,9%, para 1,076 milhão de hectares. O a produtividade média deve reduzir em 7,1%, de 7.700 para 7.154 quilos por hectare. O segundo maior estado produtor, Santa Catarina, deve consolidar uma retração de 1,3%, para 1,04 milhão de toneladas. E está concluindo sua safra nos próximos dias, com a colheita da soca no norte do estado.
O Tocantins está consolidando seu papel de terceiro maior produtor de arroz do Brasil, adotando tanto o sistema irrigado quanto o de terras altas. Com 125 mil hectares semeados (-1,4%) e atingido por estiagem em momentos críticos que reduziram a sua produtividade em 3,4%, para 4.585 quilos por hectare, o estado produzirá 576 mil toneladas, registrando uma queda de 4,7 no volume colhido. O Mato Grosso produzirá 507 mil toneladas, 105 mil a menos do que na temporada passada, com queda de 17,2% na produção. A produtividade praticamente se manteve em 3.237 quilos/ha, mas a área cultivada caiu significativamente: 16,7. A soja mais atrativa na safra de verão e o milho, para a safrinha, além de uma estiagem, afetaram os resultados.
A baixa rentabilidade, o alto nível de endividamento dos produtores, preços pouco atrativos, competição por área com culturas mais rentáveis fora das zonas de várzea, a seca no Nordeste, o excesso de chuvas e enchentes no Sul, dificuldades de acesso ao crédito para o produtor e uma grande desmobilização política e setorial, ajudaram a reduzir a produção nacional. O resultado só não foi pior por causa do alto nível tecnológico das lavouras irrigadas.
11 Comentários
Lá bem no fim das contas quando uma safra se mistura com a do ano seguinte vocês verão que o RS colheu bem menos de 7 milhões de toneladas… Os preços vão mostrar isso se o dólar não cair abaixo de R$ 3,20… Se cair muito vão amolar com importações… Repito desnecessárias… Temos que exportar o que der pessoal… Se querem vender arroz a R$ 48, 50, 60… Só tem uma maneira… Exportar 20 a 30% do que se colheu esse ano… Do contrário a indústria vai sentar em cima do arroz entre R$ 42 a 45… Me cobrem depois se estou falando bobagem… Não aguardem por milagres… Porque apesar de anunciarem recursos para custeio e comercialização, pouca gente está a fim de pegar recursos com juros tão caros, além das garantias que não existem. Só com aval ou hipoteca e, ninguém mais quer ser ponta esquerda… Chegou o ano da crise, acreditem ou não… Quem sobreviver os próximos dois anos e produzir bem passará a ter lucro com o arroz !!! Abraços…
Se ficar nestes Numeros, sera um Pouco melhor do que a maioria previa…É aguardar para ver….
Pois eu disse que quem sabe nem passaria de dez mlhões de toneladas, e não esá longe dessa realidade. Em breve arroz passando dos R$50,00 a saca de 50kg em casca.
E as indústrias sabem bem disso mas estão bem quietinhas esperando receber o arrozinho que falta para liquidar as CPRs em preço baixo pois sabem que depois terão que importar um milhão de toneladas para suprir a demanda do mercado, e esse arroz além de ser de baixa qualidade não vai chegar por menos de 48 reais
Realmente acredito que os novos números de produtividade terão um significativo decréscimo refletindo em uma produção igual ou inferior a 2003, quando o arroz foi comercializado a R$ 40,00 uma suba de 45,45% em relação ao mesmo período do ano anterior quando tinha o valor de R$ 27,50. Aplicando a mesma variação, considerando o aumento do consumo de arroz, devido a crise, considerando a baixa produtividade do Mercosul, a instabilidade do dólar, os estoques zerados do governo e o aumento da demanda nas indústrias (em relação a 2003) temos que, hoje, o número seria, no mínimo, R$ 52,20. Porém diante de tudo isso , na minha região, o preço travou de R$ 42,00 a R$ 43,00 enquanto já teriam margem, desde o ano passado, a operar com valores na casa dos R$ 45,00 e essa margem é que está financiando os grandes investimento em inúmeras novas unidades, em ampliação e modernizações das existentes… isso está para todos basta olhar ao redor nas margens das BR´s pode-se apreciar varias e varias novas unidades construídas e/ou em fase de construção.
Boa noite.
Elton relembre então os números de 2010/2011.
Eles são muito mais discrepantes que agora.
Arroz não obedece muito oferta e procura de produto mas muito mais oferta e ou nescessidade de recursos financeiros.
Estamos , há varios anos, indo para uma dependência muito grande dos agentes financiadores por uma consecutiva manutenção de oferta de produto.
A diminuição da renda com soja e um fator preponderante nos preços atuais do arroz.
Há muitos vencimentos entre março e maio e mais alguns já em julho…
A descapitalização e a classificação desleal vem matando o lucro do agricultor
de arroz .
Até o EGPM este ano tem vencimento anterior a primeira parcela do custeio forçando ainda mais a liquidação do arrozeiro.
Soja é uma saída, pena que por um ano tão adverso que não acontecia há 70 anos, muita gente está pensando seriamente em abandonar a oleaginosa.
Estamos indo para a virada de oferta pena que muitos talvez não sobrevivam ao processo.
Bons negócios,!
O negócio é soja na várzea… Melhor alternativa!!!
… antes que esqueça… em abril do ano passado fiz uma pesquisa em uma rede de supermercados na cidade de Pelotas buscando o preço na gondola de 2 marcas de arroz conhecidas, de duas indústrias distintas. Uma produz em torno de 300.00 fardos/mes e outra em torno de 1.000.000 de fardos/mes. Repeti a mesma pesquisa no mesmo período deste ano e os preços tiveram um aumento, médio, acima de 35%, mantive registros fotográficos das gondolas 2015 e 2016, já que esses produtos não faziam parte dos encartes promocionais.
Caríssimos. A agricultura tem sido praticamente a única a dar bons resultados ao país nos últimos anos. Frustração de safra deveria ser motivo de preocupação e tristeza para as pessoas sensatas e civilizadas. Lamentável deparar com demonstrações de ironia e desprezo por tamanha adversidade que atinge significativa parcela da nossa economia e sociedade. De qualquer forma, desejo que o clima de rancor e divisão que ora está saindo de moda no país também contagie os cidadãos recalcados e invejosos que torcem contra nossa agricultura. Sds
Parabéns pelo comentário, Miguel Barbosa, lúcido, ponderado, e bem fundamentado. Infelizmente ainda existem pessoa que se locupletam com a desgraça de outros e ainda tentam tirar vantagens.
50,00 pila neles….Vamos forçar que chegamos lá em 30 dias no máximo. ..não tem arroz!