Encontro da Soja avalia a primeira safra do Projeto Soja 6000

Evento ocorre nos dias 20 e 21 de junho em Santa Maria – RS.

Os resultados do primeiro ano do projeto Soja 6000 nas diferentes regiões arrozeiras do Estado serão apresentados pelos produtores, seus técnicos e agrônomos durante o 2º Encontro de Produção de Soja em Terras Baixas do Sul do Brasil, que ocorre nos dias 20 e 21 de junho, no Itaimbé Palace Hotel, em Santa Maria. O evento é fechado e restrito aos produtores e instituições participantes do projeto.

Durante o encontro, produtores de municípios como Alegrete, Capivari do Sul, Camaquã, Tapes, Rio Pardo e Dom Pedrito relatarão os resultados obtidos com o projeto em suas propriedades, na última safra. O gerente de Pesquisa do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Rodrigo Schoenfeld também destaca a palestra do consultor Fernando Muraro, da AgRural, que irá falar sobre as Tendências do Agronegócio e Mercado Futuro de Soja.

Entre os desafios do projeto, está a obtenção de cultivares de soja mais adaptadas ao excesso hídrico no solo, diz Schoenfeld. Depois da TEC Irga 6070 RR, lançada pelo Instituto em 2014 em parceria com a CCGLTEC, uma nova cultivar será apresentada aos produtores durante o evento, uma BS Irga, com potencial de produção de 10% a 12% maior com a mesma resistência da TECIRGA 6070 RR ao excesso hídrico e com a tecnologia intacta. “O programa de soja da CCGL foi adquirido pela Bayer, que em parceria com o Irga desenvolveu esta nova cultivar”.

O Soja 6000, na sua essência, é um projeto de transferência de tecnologia, de produtor a produtor, o mesmo modelo do Projeto 10 do Irga. Neste processo, os técnicos do Irga e as empresas parceiras conduziram junto com os produtores áreas demonstrativas, que variaram entre cinco e dez hectares na ultima safra, nestas foram aplicadas as principais práticas de manejo desenvolvidas pela pesquisa e foram apresentadas em roteiros técnicos nos quais o produtor e os técnicos são os agentes de mudança. Para o próximo ano, já estão confirmadas 50 áreas para o projeto em todo o Estado.

Segundo Schoenfeld, os fundamentos do Soja 6000 são época de semeadura, escolha de cultivares, calagem e adubação, drenagem, plantabilidade, monitoramento e controle de pragas e doenças e irrigação. “Acreditamos que época de semeadura em soja será um divisor de águas como foi no arroz irrigado”, ressalta Schoenfeld, ao ressaltar que os trabalhos realizados pela pesquisa mostram que os maiores rendimentos são obtidos para semeaduras entre a segunda quinzena de outubro e primeira quinzena de novembro.

Na pesquisa, várias ações são desenvolvidas, e o projeto soja no Irga já tem 11 anos. “Sem dúvida, o principal trabalho desenvolvido nos últimos dois anos é o de Zoneamento agroclimático da cultura da soja para a região 101”. Ele explica que é conduzida uma rede experimental em oito locais do Estado, com diferentes grupos de maturação de soja, que vão de 4.8 a 8.2, em três épocas de semeadura (outubro/novembro/dezembro) buscando identificar em cada região arrozeira o melhor ciclo e a melhor época de semeadura de soja.

Os resultados servirão de base para a proposta de extensão do zoneamento da cultura da soja para municípios como Mostardas, que cultiva quatro mil hectares de soja em rotação com arroz com produtores colhendo mais de 80 sacos por hectare e não está no zoneamento e, também Santa Vitória do Palmar, onde a área cultivada passa dos 20 mil hectares. O evento será transmitido on line pelo site do Irga, com a possibilidade de perguntas pelos internautas.

3 Comentários

  • Sucesso, todos já sabem, IRGA lançou a variedade Tec Irga e já estão vindo outras, soja 100 reais é esse o foco, arroz já deu, não precisa investir mais em variedades não tem valorização, vamos estudar soja e inundar nossas várzeas de soja !!!
    SOJA NA VARZEA NELES!!!

  • Isso mesmo, temos que intensificar a SOJA na varzea e logo teremos arroz a R$70,00 0 saco de 50Kg. E isso já é uma realidade galopante que junto as quebras de safra desse ano é um ponto de partida pra não deixarmos cair a peteca . E a soja do irga e outras como a valente podem ser irrigadas rapidamente no ponto crítico em caso de estiagem , onde com a seca colheria de 25 a 30 sacos podendo chegar a mais de 60 sacos, isso com um banho apenas.

  • Boa noite,
    Não é questão de querer somente, mas a situação que se agrava desde 2010 com relação aos custos de produção em descompasso ao preço recebido associadas aos descontos anuais de 6% provenientes da tabela estão nos tornando agricultores pensantes ao invés de somentes arrozeiros.
    A soja capitaliza o arrozeiro justamente na hora do brete de liquidação.
    Temos muitos que estão desacreditados na oleaginosa pelo ano atípico que tivemos mas com redução de 1 ha de arroz plantamos 2, 5 ha de soja com muito boa tecnologia. Nao podemos tomar o rumo de manter área de arroz e aumentar a de soja mas, reduzindo uma em detrimento da outra com análise financeira, o resultado é muito bom,
    Arroz sobre soja representa pelo menos 8 sacos/ha do cereal por economia de preparo de solo fora o encremento de qualidade e produção potencial maior.
    Toda a indústria, independente de alimentícia ou outra qualquer, nao sobrevive sem matéria prima. As mais antenadas já estão percebendo e formando relações mais equivalentes.
    Por enquanto há mercado para todos mas podemos mudar o rumo da negociação com outra opção plantio com lucro ( e , acreditem, pode e deve haver lucro com o exercício da profissao de agricultor mas, de arrozeiro, excluxivamente, está difícil)
    Soja está R$ 95, 00 no porto e com mercado promissor para 2016/2017.
    Bons negócios.

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