Baixa oferta de arroz prejudica indústria no Brasil, diz Abiarroz

 Baixa oferta de arroz prejudica indústria no Brasil, diz Abiarroz

Pegorer: isenção do Pis/Cofins sobre o arroz do Mercosul

Preços tiveram elevação de 67% em um ano e impactam exportações, consumidores e parques industriais. Indústria pede isenção de PIS/Cofins sobre arroz importado.

Um movimento especulativo do setor de produção de arroz tem reduzido a oferta e elevado preços do cereal para a indústria brasileira. Nos últimos 12 meses, houve elevação de 67% nos valores praticados entre o produtor e o setor industrial, com dificuldades de aquisição de matéria-prima por parte das indústrias e reflexos negativos para o abastecimento interno do produto, preços ao consumidor e exportações.

Esta situação se torna evidente com a análise de preços não somente do último ano, como também dos últimos dias: o indicador de preços Cepea/Esalq aponta que em 30 de junho os preços do arroz apresentaram um incremento de 0,95% em relação à data anterior. Somente no mês de junho, o aumento já atinge níveis de 14,62%.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Mário Pegorer, destaca que a redução de oferta tem impacto determinante em especial no funcionamento dos parques industriais instalados no país e na relação já estabelecida entre exportadores brasileiros e clientes internacionais. “Mercados que foram conquistados com muito esforço pelo país podem migrar para outros fornecedores em decorrência desta situação gerada pela produção no Brasil. A indústria precisa do produto para trabalhar e a diminuição de oferta tem deixado, inclusive, grandes estruturas industriais paradas”, destaca o gestor.

O setor industrial credita esta situação à queda da produção nacional de arroz (cerca de 1,8 milhões de toneladas a menos nesta safra), associada aos altos custos de produção e à expectativa de pouca disponibilidade do produto no mercado. Segundo a Abiarroz, estes argumentos têm, de fato, impacto na situação atual do arroz, mas a especulação, neste caso, tem guiado a oferta e os preços praticados pelos produtores.

Além do reposicionamento do setor produtivo sobre a oferta, outra medida importante, pleiteada pelo setor industrial para atenuar esta situação, seria a isenção temporária da incidência de Pis/Cofins sobre a matéria-prima (arroz em casca) importada do Mercosul. A incidência desta contribuição não ocorre na importação do produto beneficiado, nem na exportação do arroz em casca brasileiro. Na contramão do que é praticado em outros países, no Brasil, a importação da matéria-prima é onerada, ao passo que a exportação é isenta desta cobrança, o que promove o estímulo da agregação de valor nos países concorrentes em detrimento do parque industrial nacional.

A isenção pleiteada facilitaria um maior e mais ágil fluxo da matéria-prima para o parque industrial, contribuindo para a redução da sua ociosidade, ao mesmo tempo em que asseguraria a normalidade do abastecimento e do preço para o consumidor nacional.

15 Comentários

  • A industria quer isenção de impostos para importação, com o papo de assegurar o abastecimento nacional, o produtor arca com os prejuízos na produção e o consumidor com o desembolso alto na compra, ficando a indústria e o varejo com os lucros sobrepujantes na cadeia do arroz.
    De uma ponta a outra só quem lucra é o intermediário, este é nosso Brasil velho desgovernado.

  • Chegou a me revoltar o estomago quando li: movimento especulativo, queria saber a industria desse infeliz para incentivar aos produtores não colocar um saco de arroz nela, arroz esta chegando o preço no custo de produção somente agora e este cidadão quer seguir comprando arroz barato e afundando mais o produtor.
    Quem especula é o produtor ou a industria que pagou 39 reais na safra sabendo de toda esta baixa produção que ia ter?
    Lamentável essa reportagem, o setor industrial não quer ser mais eficiente agregando valor, buscar novos mercados, querem comprar arroz barato para terem altos lucros sempre e azar do seu fornecedor de matéria prima.
    Reitero amigos produtores é isso que precisamos ter pouco arroz mesmo, reduzir area, plantar soja, gado etc… enquanto tiver esse tipo de gente na frente de quem compra nosso produto estamos muito mal

  • Um absurdo,Movimento especulativo por parte do produtor,que piada…o arrozeiro não aguenta mais o aumentos nos CUSTOS de produção…mais um ano vendendo arroz a menos de 50 e todo mundo iria quebrar..querem arroz barato?BAIXEM OS CUSTOS…….ADUBO…..UREIA…..DIESEL…..ENERGIA ELÉTRICA….A INDUSTRIA não pode ser inimiga do PRODUTOR…

  • Depois me chamam de terrorista, franco atirador, etc. quando eu digo que a industria, varejo, governo e bancos nao sao parceiros dos produtores… Continuamos sendo explorados e falam que somos especuladores… Com os descontos da tabela orelhana e funrural e taxa cdo recem estamos recebendo R$ 47 que eh o nosso custo… Vamos nos informar mais pessoal… Nao tem mais arroz… A industria comprou quase tudo ou recebeu na colheita em cprs a R$ 39??? Prefiro ser rotulado de especulador do que explorador??? O que eh hein meus amigos???

  • Olhei os Encartes este Fim de Semana dos supermercados Gauchos…Arroz de R$ 9,50 a R$ 10,50 – 5 Kg – algumas marcas…Ahi Pergunto..Como pagar R$ 50,00 o saco e o Supermercado Vender a R$ 60,00 o fardo na Ponta ???

  • Gente eu fiz um calculo, entrei em Calculadora do Cidadão https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/corrigirPorIndice.do?method=corrigirPorIndice
    Ai eu coloquei o valor do arroz no inicio de 2000, ou seja mês 01/2000 e atualizei pelo IGP -M para 06/2016 e coloquei o valor de R$21,00 , aquele preço em janeiro que eles por decreto baixaram para R$13,00. Bem corrigido para valor atual seria o valor de R$77,05 nos pagaram em média R$40,00 em abril/maio, nos pagaram perto da metade do valor que deveria ser.
    Gente não lembro bem se foi Janeiro de 2000 ou janeiro de 1999 que baixaram por decreto o preço, se for janeiro de 1999 a coisa é muito pior o valor atual seria R$92,53. Alguém pode confirmar 1999 ou 2000?

  • Muito infeliz o comentário do Sr. Mario a respeito da especulação no mercado de arroz, se existem industrias paralisadas com certeza este motivo não é falta de produto ou especulação dos produtores, com o fardo de 30 Kg arroz premium cotado na casa dos R$ 108 (fonte, Carlos Cogo 01/07/2016) a saca de 50 kg arroz casca top poderia estar na casa dos R$ 64 para que toda a cadeia, tanto produtores quanto industria estivessem recebendo por seu produto de forma justa. Chamar o produtor de especulador neste momento é muito conveniente, mas quem tem se beneficiado a longo prazo com esta oferta e demanda do mercado não são os produtores, que na grande maioria amargam dividas.

  • Verificando aqui nas minhas vendas NFP encontrei varias vendas, peguei aqui uma de R$11,30 a saca em julho de 1994, corrigi a valores atuais pelo metodo IGP M e deu valor atual e deu R$80,06. Tirem a suas conclusões, perdemos a metade do valor de nosso produto. Éramos felizes e não sabíamos.

  • Me admira muito estes produtores que aqui se queixam quando são contrariados nos seus interesses, ou seja, quando o preço está baixo metem o pau nas indústrias e quando neste caso as indústrias estão em dificuldade para comprar a matéria prima para girarem seus negócios seja por falta de oferta ou pela quebra da safra as mesmas são criticadas, este tal de Diego de Pelotas eu não sei o que ele faz neste site pois o mesmo só fala em plantar soja e vem aqui criticar que não está de acordo com seus pontos de vista, parece até os membros de um partido político que esteve no poder e agora está enrascado com a justiça PT, em que nada do que falam pode ser contestado. No meu ponto de vista se na exportação do casca não existe impostos o mesmo deve ocorrer na importação para que todos sejam comtemplados, o mesmo deveria ocorrer também na compra dos insumos nessessarios ao plantio da lavoura de arroz, ou seja, deveríamos brigar e pela desoneração da cadeia produtiva em geral e não ficarmos criticando e nos acusando mutuamente, o que no final deixaria todos com boas margens de lucro e o cidadão comum com um preço justa na hora de ir ao supermercado. Temos é que brigar e contra este Governo corrupto que aí está e que nada faz além de roubar nós brasileiros.

  • E a FEDERARROZ vai acompanhar a fiscalização e análise dfeição das amostras do arroz importado ou isso não é função da Federação e é contrária aos interesses dos arrozeiros???
    Ou a FEDERARROZ bota as mãos no fogo pela fiscalização e informa que
    o arroz TIO RATONILDO faz parte do passado e do folclore, pois a fiscalização
    atual beira à perfeição????

  • Passamos anos e anos vendendo o nosso arroz abaixo do custo de producao e a industria nunca se pronunciou a favor do produtor , agora que mal conseguimos o valor do custo eles acham que estamos espiculando.Hhoje vejo que nós produtores nao precisamos ter renda para a industri, vivemos de ar.; somente na caridade pros coitados da industria .

  • O QUE DEPOIS DE TODA QUEBRA QUE TIVEMOS COM EL NINO AINDA TEM A CORAGEM DE FALAR QUE É UM MOVIMENTO ESPECULATIVO DO SETOR PRODUTIVO, QUE EU SAIBA A MIOR PARTE DO ARROZ ESTÁ NAS MÃOS DAS COOPERATIVAS E INDUSTRIAS QUE FINANCIARAM O PRODUTOR. UM ABSURDO. SOJA NELES, PRA APRENDEREM A RESPEITAR O PRODUTOR.SDS.

  • ACORDEM PRA REALIDADE, 50% DAS NOSSAS LAVOURAS SERÃO DESTINADAS PRA SOJA, ISSO PQ NÃO TEM MAIS DEFENCIVOS QUE COMBATEM OS INCOS E DEVIDO OS ALTOS CUSTOS DE PRODUCÃO DE UMA LAVOURA DE ARROZ.

  • Retirado do site da federarroz:

    A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) garante o abastecimento alimentar do país e lamenta as posições apresentadas pela Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), em notícia veiculada na última sexta-feira, dia 1º de Julho, a respeito do comportamento dos preços do arroz, ligado ao suposto movimento especulativo do setor primário. Além de considerar as afirmações uma verdadeira afronta aos bons costumes e ao trabalho harmonioso da cadeia produtiva, a Federarroz entende que elas, claramente, faltam com a veracidade e contextualização dos fatos.

    Ao contrário do afirmado pelo presidente da entidade, Mário Pegorer, os preços pagos ao produtor de arroz subiram meramente 16,99%, na comparação da média de preços do primeiro semestre de 2015 para o mesmo período de 2016 (Cepea/Esalq), muito aquém dos injustificáveis 67% afirmados pelo Presidente da Abiarroz. Ainda assim, considerando pontualmente a última cotação do dia 3 de julho de 2016 com a mesma data de 2015, o aumento foi de 45,17%. Entretanto, a vigorosa diferença tem origem na queda de preços no período da safra em 2015, oportunidade em que a saca do arroz chegou a R$ 30,00 em algumas regiões do Estado do Rio Grande do Sul. As causas do afundamento dos preços no ano de 2015 foram a excelente produção no período aliada à descapitalização dos produtores pela total ausência de mecanismos de sustentação de preços por parte do Governo Federal, sobretudo o denominado pré-custeio. Vale salientar que nesse período, primeiro semestre de 2015, todos os produtores que venderam o produto, fizeram por preços abaixo do custo de produção, segundo a Conab e Cepea/Esalq, trabalhando com prejuízos incontornáveis de até R$ 10,00 por saca.

    Sobre a acusação “movimento especulativo do setor de produção de arroz”, a afirmação evidencia certa pretensão e total indiferença ao trabalho coletivo e harmonioso que vem sendo buscado pela cadeia produtiva nos últimos anos. Ainda na semana passada, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou medidas para amparo aos produtores de arroz atingidos pelas cheias e demais consequências do fenômeno climático El Niño, com objetivo de mantê-los na atividade e garantir o abastecimento de 2017.

    Agravando as consequências da queda de produção na ordem de 16%, segundo o Instituto Riograndense do Arroz (Irga), os custos de produção na fazenda aumentaram 18%, o que elevou o custo unitário por saco de 50 quilos para mais de R$ 47,00. Portanto, diferentemente do suposto movimento especulativo afirmado pelo presidente da Abiarroz, o setor produtivo está buscando a realização de lucro, como qualquer setor empresarial.

    O atual momento do mercado de arroz está sendo marcado pelo absoluto equilíbrio entre a oferta e a demanda. Ao contrário dos anos anteriores, a disponibilidade de produto em casca está menos facilitada, principalmente nas regiões produtoras diferentes de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Também, produtores gaúchos estão mais seletivos à compradores menos tradicionais ou grupos comerciais com histórico de recuperação judicial.

    Visando atenuar os equívocos pela interpretação da matéria veiculada pela Abiarroz, resta ressaltar novamente o mal momento vivenciado pelo setor produtivo de arroz no Brasil, com consequente aumento da inadimplência, apesar da elevação dos preços pagos ao produtor, considerados históricos. Entretanto, o Brasil ainda possui historicamente os menores preços mundiais de arroz pagos pelo consumidor, segundo o diretor Comercial do Irga, Tiago Sarmento Barata, certamente assegurados pelo profissionalismo dos produtores brasileiros.

    A intencionalidade da criação de facilidades para a entrada de arroz importado, além de desproporcional, pelo afastado risco de desabastecimento, poderá infringir em danos à saúde da população brasileira. São vários os países que produzem arroz sem protocolos de carência e utilizam agroquímicos proibidos no Brasil, e, portanto, possuem custos de produção mais reduzidos. Assim, seria um desincentivo à produção de arroz no Brasil, colocando em risco o abastecimento de 2017 e todo trabalho e esforço realizado pelos Ministérios da Agricultura e Fazenda para amparar os produtores rurais e mantê-los na atividade.

    A Federarroz, entidade do setor produtivo de arroz do Rio Grande do Sul, afirma que os produtores gaúchos estão focados em produzir arroz com custos compatíveis, portanto, elevada produtividade, para colocar na mesa do brasileiro alimento barato e saudável. Também acredita que os demais produtores brasileiros de arroz serão capazes de fazer o mesmo. Por anos conseguintes o arroz gaúcho vem sendo atestado como livre de resíduos da agroquímicos, conforme Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de Origem Vegetal (PNCRC/Vegetal), organizado pelo Ministério da Agricultura.

  • O parabéns ao Presidente que teve a coragem de falar o que muitos outros não falam.

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